O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, tentou tranquilizar a comunidade internacional, nesta sexta-feira, prometendo aos diplomatas estrangeiros creditados em Abuja que as eleições legislativas e à presidência não sofrerão novo adiamento.

“As eleições acontecerão, certamente, como previsto. Prometemos a vocês. Transmitam a seus respectivos países que as eleições acontecerão exatamente como previsto e que, em 29 de maio, o novo presidente deste país será empossado”, disse Goodluck Jonathan aos enviados estrangeiros.

Vários Estados, personalidades e organizações, como ONU e União Europeia, denunciaram o adiamento das eleições nigerianas.

No sábado passado, a Comissão Eleitoral Nacional (Inec, na sigla em inglês) anunciou o adiamento, por seis semanas, das eleições legislativas e presidencial, que passaram de 14 de fevereiro para 28 de março. As autoridades justificaram a transferência pela impossibilidade de o Exército garantir a segurança nas ruas no dia da votação.

Nesse momento, os militares estão envolvidos no combate ao grupo islâmico armado Boko Haram, que há seis anos tiraniza o nordeste do país. A atuação do grupo já causou mais de 13 mil mortes e forçou o deslocamento de cerca de 1,5 milhão de pessoas na Nigéria desde 2009.

Segundo Jonathan, a mudança na data da votação permitirá às tropas “limpar” os estados de Borno, Yobe e Adamawa, os mais atingidos pelos ataques islamitas.

No estado de Borno, reduto do Boko Haram, por exemplo, o presidente prevê que “pelo menos 70% do território seja liberado”.