02/12/2020 - 15:43
O presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, disse em encontro com analistas que a mineradora está buscando costurar um acordo com forte governança e que dê segurança jurídica à companhia em relação à ação civil pública bilionária movida pelo Estado de Minas Gerais e autoridades como o Ministério Público e a Defensoria Pública.
“Não vou falar em otimismo, mas nunca estivemos tão próximos”, disse em apresentação no Vale Day, encontro anual da empresa com acionistas. A próxima audiência de conciliação está marcada para o dia 9 de dezembro, em Belo Horizonte.
À frente das negociações, o consultor da Vale, Alexandre D’Ambrosio, preferiu não dar um prazo para a conclusão do acordo. A ideia é que o efeito do acerto seja a extinção em cascata de quatro ações civis públicas movidas por essas autoridades contra a companhia. Por outro lado, frisou que um acordo não afeta os pleitos por indenizações individuais. “Serão discutidos caso a caso”, informou.
A Vale já desembolsou R$ 12,1 bilhões em reparações pela tragédia de Brumadinho, disse o diretor executivo de Finanças e Relações com Investidores da mineradora, Luciano Siani. A mineradora tem ainda R$ 9,5 bilhões em provisões. A estimativa é que um potencial acordo relativo a Brumadinho possa atingir R$ 19 bilhões, o que significa que a companhia teria que fazer uma provisão adicional de R$ 8 bilhões. “A melhor estimativa que temos com o custo total da reparação é de R$ 29,6 bilhões”, disse Siani.