02/10/2022 - 16:59
Por Thiam Ndiaga e Anne Mimault
UAGADUGU (Reuters) – O autodeclarado líder militar de Burkina Faso, capitão Ibrahim Traore, aceitou uma renúncia condicional oferecida pelo presidente Paul-Henri Damiba para evitar mais violência após o golpe de sexta-feira, disseram líderes religiosos e tradicionais neste domingo.
Segundo o acordo, anunciado em entrevista coletiva, Traore concordou com sete condições, incluindo a garantia da segurança de Damiba e a segurança dos soldados que o apoiavam, além do cumprimento das promessas feitas ao bloco regional da África Ocidental de retornar ao regime constitucional até julho de 2024.
Damiba não foi encontrado para comentar. Um familiar próximo disse à Reuters que ele deixou o país no domingo.
Traore disse mais cedo que a ordem estava sendo restaurada após violentos protestos contra a embaixada francesa e dias de luta enquanto sua facção se movia para derrubar o governo.
Surgiram divisões dentro do exército, com muitos soldados parecendo buscar apoio russo à medida que diminui a influência da França, antiga potência colonial.
Pelo menos três vídeos diferentes compartilhados online no sábado e no domingo mostraram soldados em cima de veículos blindados, agitando bandeiras russas, enquanto a multidão ao redor gritava “Rússia! Rússia!”. A Reuters não verificou os vídeos.
A equipe de Traore pediu que as pessoas parem com os ataques à embaixada francesa, alvo de manifestantes depois que um oficial disse que a França havia abrigado Damiba em uma base militar francesa no país da África Ocidental e que ele estava planejando uma contra-ofensiva.
“Queremos informar à população que a situação está sob controle e a ordem está sendo restabelecida”, disse um oficial do exército em comunicado transmitido pela televisão nacional.
A cidade estava calma no domingo após tiros esporádicos em toda a capital durante todo o sábado entre facções opostas do exército.
“Convidamos você a continuar com suas atividades e abster-se de todos os atos de violência e vandalismo… principalmente contra a embaixada francesa e a base militar francesa”, disse o oficial leal a Traore, pedindo às pessoas que mantenham a calma.
(Por Thiam Ndiaga e Anne Mimault; Escrito por Bate Felix)