28/09/2025 - 9:00
O mercado de conselheiros de empresas ganhou impulso nos últimos anos. Para muito além das empresas listadas em bolsa, onde o conselho de administração é peça obrigatória nas estruturas de governança corporativa, muitas companhias – mesmo de capital fechado – têm criado conselhos para definir sua direção estratégica e supervisionar a gestão.
Nesse sentido, o papel do presidente dessas estruturas também tem ganhado novos contornos. Estudo da Korn Ferry, empresa especializada em consultoria organizacional, mostra que os presidentes de conselho já não são mais apenas condutores passivos entre os conselheiros e a diretoria, nas bases tradicionais de governança corporativa.
Governança do passado
“Durante décadas, os conselhos corporativos funcionaram como órgãos de supervisão estruturados, focados em garantir a conformidade regulatória e a integridade financeira. Esse modelo funcionava quando o mundo se movia mais devagar. Hoje, ele não funciona mais”, diz o estudo.
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Segundo a Korn Ferry, os conselhos que não evoluem correm o risco de se tornarem irrelevantes. E o papel do presidente dessas estruturas vai para além de gerenciar a governança corporativa para moldar o futuro da empresa. Os presidentes de hoje não são apenas moderadores. Eles são estrategistas, pensadores sistêmicos e uma força estabilizadora. O trabalho deles é conectar sinais, moldar conversas e assegurar que o conselho esteja ativamente orientando — não apenas aprovando — a direção da empresa.
Dentro desse novo contexto, a Korn Ferry relacionou as dez principais características do presidente de conselhos do futuro.
1. Empatia
Líderes empáticos tomam melhores decisões porque consideram mais do que fatos. Eles consideram as pessoas. Empatia não é apenas ser gentil. É sobre ser eficaz. Presidentes que lideram com empatia criam confiança, segurança psicológica e dinâmicas mais fortes na sala de reuniões.
2. Escuta ativa
Já se foram os dias dos presidentes baseados no comando e controle. Os líderes mais eficazes de hoje ouvem mais do que falam — não passivamente, mas com intenção. Ela transforma salas de reunião repetitivas em motores de insights. Ótimos presidentes não apenas ouvem — eles entendem
3. Julgamento
Ótimos líderes tomam decisões de alto risco em tempo real, muitas vezes com informações incompletas. O que os diferencia? O julgamento. Um bom julgamento não se trata apenas de tomar decisões certas. Trata-se de enxergar além dos limites, identificar pontos cegos e saber quando desafiar o consenso.
4. Comunicação
Os melhores presidentes não se afogam em detalhes nem se escondem atrás de jargões. Eles cortam o ruído com clareza, convicção e propósito. Eles traduzem complexidade em ação, alinham as partes interessadas e transformam a visão em impulso. Criam espaço para debates reais, garantindo que todas as vozes sejam ouvidas.
5. Adaptabilidade
Os altos executivos não apenas reagem às mudanças; eles as lideram. Adaptabilidade significa manter a calma em uma crise, mudar de rumo quando as coisas mudam e ajudar o conselho a manter o foco quando o futuro parece incerto. Trata-se de ser flexível e decisivo em movimento.
6. Curiosidade
Presidentes curiosos fazem perguntas melhores. Eles perseguem tendências emergentes, confrontam o pensamento estático e mantêm o conselho focado no futuro. Eles não estão apenas observando IA, riscos climáticos e mudanças geopolíticas. Eles perguntam: qual é a oportunidade? Qual é a ameaça? O que estamos perdendo?
7. Resolução de conflitos
Os melhores presidentes não fogem da tensão. Eles a encaram com clareza e calma. O conflito, quando bem administrado, não é uma disrupção. É um impulsionador de melhores decisões, pensamento mais aguçado e equipes mais fortes. Líderes eficazes transformam atrito em combustível.
8. Humildade
Ótimos presidentes não precisam de holofotes. Eles abrem espaço para outras pessoas brilharem. Eles aparecem com autoconsciência, assumem os erros e colocam a missão acima do ego. Eles sabem que não têm todas as respostas. Essa abordagem os torna confiáveis, abertos a treinamentos e respeitados.
9. Autenticidade
Em um mundo de manipulação e escrutínio, os presidentes mais eficazes lideram com clareza, consistência e convicção. Eles dizem o que precisa ser dito, mesmo quando é algo desconfortável. Eles não fingem. Eles não blefam. E é exatamente por isso que as pessoas os seguem.
10. Visão estratégica
A visão estratégica separa os líderes transformadores dos reativos. Os melhores presidentes olham além do relatório trimestral. Eles conectam as escolhas de hoje às oportunidades de amanhã. Eles alinham ações de curto prazo com ambições de longo prazo, equilibrando inovação ousada com execução fundamentada.