20/02/2025 - 8:23
Por Makiko Yamazaki e Kentaro Sugiyama
TÓQUIO (Reuters) – O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse nesta quinta-feira que se encontrou com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, para uma troca regular de opiniões sobre a economia e os mercados financeiros.
Ueda também disse que provavelmente participará da reunião de autoridades de finanças do G7 e do G20 a ser realizada na próxima semana na Cidade do Cabo, na África do Sul.
“Provavelmente participarei das reuniões do G7 e do G20 na próxima semana. Aproveitei a oportunidade para uma troca informal de pontos de vista pouco antes disso”, disse Ueda aos repórteres após sua reunião com Ishiba, que foi a primeira entre os dois desde outubro do ano passado.
Ueda disse que os dois não discutiram os aumentos na taxa de juros.
O primeiro-ministro e o presidente do banco central do Japão têm se reunido aproximadamente uma vez a cada poucos meses para discussões regulares sobre a economia e os mercados financeiros.
As autoridades das economias do G20, que se reunirão na Cidade do Cabo na próxima semana, provavelmente debaterão as consequências globais das políticas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Trump disse nesta semana que anunciará tarifas relacionadas a madeira, automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos “no próximo mês ou antes”, uma medida que pode prejudicar a economia japonesa, que depende de exportações.
Uma pesquisa da Reuters mostrou que quase nove entre dez empresas japonesas esperam que as políticas de Trump afetem negativamente os negócios.
Tarifas mais altas dos EUA também podem manter a inflação do país elevada e diminuir a chance de cortes de juros pelo Federal Reserve.
Consequentemente, um dólar forte poderia manter o iene fraco e aumentar os preços de importação do Japão, afetando assim o momento e o ritmo dos futuros aumentos de juros pelo Banco do Japão, segundo alguns analistas.
Não se sabe se o ministro das Finanças do Japão, Katsunobu Kato, participará da reunião do G20 na próxima semana, já que a coalizão de Ishiba continua as negociações com os partidos de oposição para aprovar o orçamento do próximo ano fiscal no Parlamento.