O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, minimizou nesta sexta-feira, 30, o impacto do vazamento de dados ligados ao Pix.

“Vazou minha chave. Bom, chave só serve para você receber dinheiro. Parte da segurança do Pix é ser ligado a dados menos sensíveis”, afirmou, em palestra sobre “O Futuro do Sistema Financeiro” no evento “DrumWave Day”, em São Paulo.

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Campos Neto disse ainda que o Pix está “só começando” e que o meio de pagamento foi criado pensando para se encaixar em outras tecnologias em desenvolvimento no Banco Central, como o Open Finance, e a moeda digital.

“Milhões de pessoas abriram conta só para ter Pix. Ambulantes, vendedores se bancarizaram por causa do Pix”, ressaltou.

No evento, Campos Neto disse ainda que bancos centrais de outros países têm demonstrado interesse em desenvolver meios de pagamentos próprios inspirados no PIX, como Colômbia, Uruguai e Peru.

“Em novembro, vamos fazer sessão para mostrar tudo que fizemos com o Pix. O presidente do BC do Uruguai me disse que lá pessoas já estão fazem Pix em real”, afirmou.

“Parte de utilities já começou a usar o Pix, vamos avançar.”

Moeda digital brasileira

O presidente do BC destacou que a autoridade monetária está em fase de análise da tecnologia para o desenvolvimento de uma moeda digital brasileira.

Ele voltou a dizer que o Open Finance tem “aplicações evidentes” na área de saúde e disse que tem conversado com o ministro da Saúde para o desenvolvimento do chamado Open Health, que permitirá o compartilhamento de dados de saúde. “Temos cronograma”, completou.