20/05/2022 - 11:57
O presidente francês, Emmanuel Macron, nomeou nesta sexta-feira (20) a embaixadora em Londres, Catherine Colonna, como ministra das Relações Exteriores de seu novo governo, com a qual busca um impulso antes das eleições legislativas de junho.
Colonna, de 66 anos, assumirá as rédeas da diplomacia de Jean-Yves Le Drian. Clément Beaune, que passa de secretário de Estado a vice-ministro dos Assuntos Europeus, será o seu braço direito.
A nova chanceler tem vasta experiência diplomática, chefiando representações na UNESCO, Itália, Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e, desde setembro de 2019, no Reino Unido.
Graduada pela Escola Nacional de Administração (ENA) também atuou de 2002 a 2005 como ministra delegada para Assuntos Europeus durante a presidência do conservador Jacques Chirac, de quem foi sua porta-voz de 1995 a 2004.
Colonna é uma das principais novidades do novo governo, que terá no comando Élisabeth Borne – a segunda primeira-ministra depois de Édith Cresson (1991-1992) -, juntamente com os ministros da Educação e da Cultura.
Pap Ndiaye, historiador francês de 56 anos especializado em minorias e atual diretor do Museu de História das Migrações, assumirá a política educacional de Macron, exceto Universidades, que estará a cargo de Sylvie Retailleau.
A franco-libanesa Rima Abdul Malak, de 43 anos, foi nomeada ministra da Cultura. Esta especialista em espetáculos ao vivo foi assessora cultural do presidente francês e do ex-prefeito de Paris, o socialista Bertrand Delanoë.
A Transição Ecológica e Energética, uma das prioridades do presidente, ficará nas mãos de duas ministras em quem confia: Amélie de Montchalin e Agnès Pannier-Runacher, respectivamente.
Além de Borne, seguirão nos cargos outros membros do Executivo anterior liderado por Jean Castex, como Sébastien Lecornu, que passará do ministério do Ultramar para a Defesa, em um momento de preocupação com a ofensiva russa na Ucrânia e seus efeitos.
O chefe da Economia, Bruno Le Maire, que resistiu às consequências da pandemia, permanecerá no cargo, assim como seu último colega do Interior, Gérald Darmanin. Ambos se juntaram às fileiras do centrista em 2017.
Com o novo governo, Emmanuel Macron – reeleito em 24 de abril com 58,55% dos votos contra a candidata da extrema-direita Marine Le Pen – busca reequilibrar sua imagem de presidente de centro-direita, aproximando-se dos eleitores de centro-esquerda.
Embora as pesquisas prevejam uma nova maioria para o partido no poder nas eleições legislativas de 12 e 19 de junho, Macron enfrenta uma frente de esquerda, liderada pela ala radical, e uma extrema-direita forte.