O número de mortes confirmadas por dengue é maior que o divulgado  pela prefeitura, segundo o Ministério Público Estadual em Presidente  Prudente, no oeste do Estado de São Paulo. De acordo com o promotor de  Justiça da Saúde Mário Coimbra, dez óbitos tiveram confirmação por  diagnóstico clínico ou exame laboratorial na cidade, entre eles o de um  adolescente de 17 anos, ocorrido na quarta-feira, 24. A prefeitura  confirmou cinco óbitos e informou que outros quatro ainda estão em  investigação.

Para o promotor, o município enfrenta  situação de calamidade em relação à doença e precisa ampliar as  investigações dos casos. Segundo ele, os números do MP se baseiam em  informações de médicos, hospitais e autoridades públicas, embora nem  todos tenham sido confirmados pelo laboratório do Instituto Adolfo Lutz.  No caso do adolescente, o óbito foi confirmado na quarta-feira e,  segundo o documento médico, uma das causas foi a dengue.

De  acordo com o promotor, o documento levantou também a suspeita do vírus  zika, por isso novos exames estão sendo realizados. Ele considerou um  fato grave a morte do jovem, pois indica que a doença não leva à morte  apenas pessoas mais idosas ou debilitadas. Em muitos casos, acredita, o  paciente desenvolve outras patologias decorrentes da infecção pelo  vírus. “É preciso ampliar as investigações, pois muitas mortes estão  ocorrendo após a dengue e elas não estão sendo consideradas como  dengue.” O adolescente morreu após ficar internado por uma semana no  Hospital Regional de Presidente Prudente. A vítima morava na zona leste  da cidade.

Em nota, a Vigilância Epidemiológica Municipal  informou que mantém o número de cinco óbitos confirmados por dengue e  outros quatro em investigação. Sobre o caso do adolescente, será mais um  a ser investigado pela Vigilância, que só confirma ou não o óbito por  dengue após toda a investigação ser concluída. Em relação ao vírus zika,  o órgão considera que não há caso suspeito ou confirmado na cidade.