10/12/2020 - 19:06
O presidente Alberto Fernández disse nesta quinta-feira (10) que será o primeiro na Argentina a receber a vacina Sputnik V contra a covid-19 “para que ninguém tenha medo”, ao anunciar a assinatura de um acordo com a Rússia para a aquisição do imunizante.
“Assim que for aprovada pela ANMAT (Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica), serei o primeiro a ser vacinado para que ninguém tenha medo”, garantiu Fernández em coletiva de imprensa na Casa Rosada, a sede do governo, na tentativa de silenciar as vozes que se opõem à vacinação em massa contra o coronavírus e, em particular, questionam a vacina russa.
Fernández anunciou que a Argentina assinou um contrato com o Fundo Soberano da Federação Russa para permitir o fornecimento de vacinas Sputnik ao país sul-americano. “Teremos doses suficientes para vacinar 10 milhões de argentinos e argentinas”, declarou o presidente.
Ele explicou que espera receber um primeiro lote de 600 mil doses para vacinar 300 mil pessoas (duas doses por vacina) antes do final do ano.
Em janeiro, serão recebidas as doses para vacinar 5 milhões de pessoas e, em fevereiro, serão concluídas as demais doses necessárias para atingir a vacinação prevista de 10 milhões de pessoas, de um total de cerca de 13 milhões em risco.
“O contrato tem preferência a favor da Argentina para ter acesso às doses necessárias para vacinar mais 5 milhões de pessoas durante o mês de março”, disse Fernández, lembrando que o contrato permite ao país “ter acesso à vacina ao mesmo tempo que o mundo central”.
O acordo com a Rússia é o terceiro que a Argentina assina para a compra de vacinas contra a covid-19, afirmou Fernández.
Os outros dois foram firmados com a farmacêutica britânica AstraZeneca e a Universidade de Oxford, junto ao México, para a produção de milhões de doses, e com a Covax, mecanismo lançado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para garantir o acesso global eqüitativo às vacinas.
Com 44 milhões de habitantes, a Argentina acumula quase 1,5 milhão de casos de covid-19 e mais de 40 mil mortes desde a chegada da pandemia em seu território em março.