Papéis avulsos

 

As ações dos maiores bancos do País, Banco do Brasil (BB), Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, recuaram na semana passada. A maior baixa, 2,62%, foi do Itaú, de Roberto Setubal, seguida pelos  outros papéis. Nesse período, o Índice Bovespa caiu 1,14%. A razão foi o temor de um recrudescimento na pressão do Ministério da Fazenda para que os bancos reduzam o spread, ou seja, a diferença entre o que pagam aos investidores e o que cobram pelos empréstimos.

 

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Roberto Setubal, do Itaú: números pujantes, mesmo com pressão de Brasília

 

Em fevereiro, os juros cobrados das pessoas físicas subiram três pontos percentuais, para 45,4% ao ano.  Na quarta-feira 28, o ministro Guido Mantega convocou os banqueiros a Brasília e pressionou por uma queda dos juros. Segundo Pedro Galdi, analista-chefe da corretora SLW, as ações continuam atrativas. “Sugerimos comprar os papéis do Bradesco e manter os do Itaú”, diz ele. “Mesmo com a pressão de Brasília, os bancos vão continuar dobrando de tamanho a cada quatro anos.”

 

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Educação financeira

 

O livro Reinvente sua empresa, dos autores americanos Jason Fried e David Hansson, mostra como atrair os investidores e melhorar o funcionamento da empresa usando métodos menos ortodoxos. O livro entrou na lista de best-sellers do The New York Times. Editora Sextante, R$ 24,90.

 

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Touro x Urso

 

Março revelou-se um mês decepcionante para os investidores. Até a primeira quinzena, o Índice Bovespa apresentou uma alta de cerca de 4%. No entanto, a confluência entre a decepção do mercado com relação à ata da reunião do Copom no início do mês e uma piora da situação financeira internacional pressionou os preços para baixo. Até a quinta-feira 29, a queda acumulada no mês era de 1,43%. 

 

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Destaque no pregão


Cemig cheia de energia

 

Os resultados divulgados pela Cemig na quarta-feira 28 agradaram ao mercado. Em 2011, a estatal de energia negociou 70,2 mil GWh, um crescimento de 6% em relação a 2010. A receita subiu 14%, para R$ 15,8 bilhões, e o lucro avançou 7%, para R$ 2,4 bilhões. Metade desse valor será distribuída aos acionistas na forma de dividendos, que serão de R$ 1,90 por ação. Os investidores também se animaram com a notícia de que a Agência Nacional de Energia Elétrica vai financiar a ampliação de capacidade das empresas com menor custo.

 

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Palavra de analista:

Rafael Andreata, da corretora Planner, diz que o anúncio dos dividendos deve elevar as cotações. No entanto, afirma, a recomendação para o papel neste momento é neutra, devido à forte valorização, de 32,5% desde o início de 2012.

 

 

 

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Quem vai Lá


Rimet empacota sua saída do mercado

 

A fabricante de embalagens de aço Rimet vai fechar o capital. Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários, o acionista controlador, Companhia Brasileira de Latas (CBL), informou que lançou uma Oferta Pública de Aquisição para comprar 1,37 milhão de ações ordinárias e 112 milhões de ações preferenciais em circulação, que representam 1,84% do capital social. 

 

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Fique de Olho:  o preço a ser ofertado será de R$ 4,43 por lote de mil ações, corrigido pela variação do CDI desde a quinta-feira 29 até a realização do leilão, ainda a ser definida.

 

 

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Mercado em números


Natura  

R$ 400 milhões – É o quanto a empresa de cosméticos quer levantar com a emissão de notas promissórias. O prazo é de 180 dias e a remuneração é de 103,75% do CDI.

 

Santander  

R$ 340 milhões - Serão pagos como juros sobre o capital próprio. Serão R$ 0,82 por ação ordinária, R$ 0,90 por ação preferencial e R$ 89,4 por Unit. 

 

Triunfo  

R$ 300 milhões – É quando a empresa vai captar junto a investidores qualificados por meio de notas promissórias com prazo de 180 dias. 


Dasa  

R$ 145 milhões - Foi o lucro líquido da empresa no acumulado de 2011, resultado 3,9% inferior ao registrado em 2010. 


Vale   

R$ 11,3 milhões - É quanto a mineradora pagou a seus debenturistas no dia 30 de março. A liquidação financeira está marcada para a segunda-feira 2 de abril. 

 

Rossi

15% - É a estimativa de crescimento para o faturamento da construtora em 2012. Em 2011, os lançamentos foram de R$ 4,2 bilhões. 

 

 

 


Pelo mundo


ENI vende ações da Galp

 

A empresa italiana ENI anunciou, na quinta-feira 29, que fechou um acordo com a Amorim Energia, do grupo português Amorim, para vender suas ações na também portuguesa Galp Energia. O grupo Amorim é o maior fabricante de cortiça do mundo. Na quinta-feira, as ações da ENI fecharam a € 17,44, queda de 1,24%

 

 

 

 

 

Queda no lucro da ZTE 

 

O lucro da chinesa ZTE, quarta maior fabricante de celulares do mundo, caiu 48% no quarto trimestre,. Esta é a terceira queda consecutiva nos resultados da companhia. Na quarta-feira 28, as ações fecharam a 16,08 iuanes, queda de 2,8%.

 

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Sony não quer terror nas Tevês

 

Kazuo Hirai, novo presidente-executivo da japonesa Sony, quer resolver o problema da divisão de televisores e reconquistar o terreno perdido para a Apple. Para isso, ele vai assumir a responsabilidade direta pela divisão. Com as mudanças, as ações da empresa encerraram em alta de 1,8%, a 1,7 iene, na quarta-feira 28.

 

 

 

 


Personagem


O papel vermelho da Suzano

 

O lucro da Suzano, presidida por Antonio Maciel Neto, caiu 96%, no ano de 2011, saindo dos R$ 769 milhões para R$ 29,9 milhões. O vilão foi o câmbio. “Cada R$ 0,10 de desvalorização do real em relação ao dólar provoca uma redução de R$ 140 milhões no nosso Ebitda”, diz. O avanço da moeda americana obrigou a Suzano a renegociar dívidas de curto prazo e a adiar a inauguração de novas fábricas. 

 

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Antonio Maciel Neto, presidente: investimentos adiados.

 

A Suzano deve 4,2 vezes sua geração de caixa. Como baixar o passivo?

Há várias possibilidades. Podemos vender ativos, como alguns hectares de eucalipto que temos em Minas Gerais. Temos R$ 3,3 bilhões em caixa, dinheiro suficiente para pagar dívidas nos próximos dois anos. Esperamos melhorar nossa geração de caixa nos próximos meses por conta de uma alta nos preços do papel no curto prazo e de uma estabilidade nas taxas de câmbio. Cada R$ 0,10 de desvalorização do real em relação ao dólar reduz nosso Ebitda de R$ 140 milhões. 

 

Por que o sr. espera uma alta de preços? 

Os estoques mundiais estão baixos, atendem a uma demanda por apenas 35 dias, e as fábricas do Hemisfério Norte param para manutenção nesta época do ano. Os preços já melhoraram, pois vendemos celulose a US$ 760 por tonelada na Europa, a US$ 820 na América do Norte e US$ 670  (a partir de 1º de abril) na Ásia.

 

A Suzano tem planos de aumentar a produção. A empresa vai prosseguir com esses projetos?

Postergaremos o cronograma das fábricas da Suzano Energia Renovável. O projeto inicial previa a construção de três fábricas no Maranhão a partir de 2013, e agora serão duas em 2014 e outra em 2015. 

 

Há mais alguma forma de melhorar o resultado?

Sim, podemos reduzir o consumo de madeira produzida por terceiros. Nossa planta em Mucuri, no sul da Bahia, opera com 50% de madeira de terceiros e nossos planos são de reduzir esse montante para 30%. Para isso, vamos ampliar nossa área de florestas plantadas. O fator determinante para mais ou menos investimentos nessa atividade será o câmbio.

 

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Colaboraram: Fernanda Pressinott e Fernando Teixeira