Tirar um ano sabático é o desejo de muitos trabalhadores, mas antes de tomar essa decisão é preciso ficar atento ao planejamento para não passar aperto financeiro ou outros problemas na pausa prolongada do trabalho. Analistas financeiros orientam que o primeiro passo é se perguntar por que você quer um ano sabático e quanto tempo.

“Mesmo que geralmente a gente chame de ano sabático, esse período pode mudar, dependendo dos objetivos que cada pessoa procura nessa etapa. Por exemplo, você pode querer um ano sabático para estudar, se preparar ou se aprimorar para dar um salto na sua carreira, ou mesmo mudar de carreira. Pode querer aprender ou melhorar algum idioma, se desenvolver pessoalmente ou simplesmente viajar e conhecer pessoas e lugares novos, entre outros. Dependendo dos objetivos, o ano sabático pode durar de três a seis meses ou mesmo um ano”, avalia Jorge Castellar, economista e diretor global da Bricksave.

O segundo passo é definir o lugar, como vai se locomover, tipo de hospedagem, ocupação e alimentação. “Para evitar surpresas, é importante levar em consideração que o orçamento dependerá de diversos fatores e decisões. É preciso pesquisar o custo de vida do lugar. Quanto antes começar o planejamento, mais tempo terá para poupar e se dedicar a atingir o valor requerido para esse projeto”, completa Castellar.

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O economista recomenda criar um “fundo sabático” com um ano de antecedência. “Do lado das suas receitas, recomendo definir uma porcentagem delas para destinar todo mês ao fundo. Como referência pode ser um mínimo 10% ou 20%. Um bom exercício é pensar que sua receita é 10 ou 20% inferior ao que realmente é, para ajustar o nível de vida a este novo patamar. Esse dinheiro deve ser investido em títulos de renda fixa e prazo similar à data que pensa começar o ano sabático, para, além de poupar, fazer com que esse dinheiro trabalhe por você”, orienta.

Ele destaca custos variáveis possíveis de dispensar ou reduzir antes do período de pausa, como transporte, lazer, roupa, café, bares, restaurante, viagens e uber. Esse dinheiro também deve ser destinado ao fundo sabático.

A educadora financeira Suelen Philot alerta que, durante o período sabático, a fatura do cartão de crédito não deve ser considerada uma despesa, mas sim uma forma de pagamento. “Você deve separar os gastos do cartão em categorias de acordo com os gastos. Também não deve comprometer mais de 30% de sua renda com dívidas ou parcelas”, explica.

Philot lembra que imprevistos são possíveis, como problemas de saúde, perdas financeiras e prejuízos. Para passar por esses momentos é preciso ter um valor disponível para emergências em torno do equivalente de 3 a 6 meses de seu custo mensal.

Outro alerta de Castellar é sobre o fim do ano sabático. É preciso ter conhecimento de como funciona o mercado de trabalho na área de atuação e estimar quanto tempo vai demorar para a recolocação ou mesmo uma carreira solo.