O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, ficou em 0,26% em junho, contra alta de 0,36% no mês anterior, informou o IBGE.

O resultado do IPCA-15 veio abaixo do esperado. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,30% para o período.

A alta de 0,26% registrada em junho foi a mais branda desde janeiro de 2025, quando subiu 0,11%. Considerando apenas os meses de junho, o resultado foi o mais baixo para o mês desde 2023, quando subiu 0,04%.

No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 5,27%, abaixo dos 5,40% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Ainda que tenha enfraquecido, esse resultado permanece acima do teto da meta oficial, de 3% medido pelo IPCA, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Alta da energia e deflação de alimentos

A alta da inflação em junho foi puxada pela energia elétrica residencial (3,29%), influenciada pela mudança na bandeira tarifária, para vermelha patamar 1, o que implica em cobrança adicional de R$4,46 a cada 100 kW/h consumidos.

Outras altas foram no café moído (2,86%), ônibus urbano (1,39%), taxa de água e esgoto (0,94%), refeição (0,60%) e plano de saúde (0,57%).

Por outro lado, o grupo alimentação teve deflação (-0,02%), após nove meses consecutivos de alta. A alimentação no domicílio recuou 0,24% em junho, com quedas do tomate (-7,24%), do ovo de galinha (-6,95%), do arroz (-3,44%) e das frutas (-2,47%).

Ainda exerceu impacto negativo no índice o recuo de 0,52% nos preços da gasolina, que ajudou os combustíveis a registrarem queda de 0,69%. Óleo diesel (-1,74%), etanol (-1,66%) e gás veicular (-0,33%) também tiveram deflação.

Perspectivas

Os dados do IPCA-15 foram divulgados uma semana depois de o Banco Central ter decidido elevar a taxa básica de juros Selic em 0,25 ponto percentual, a 15% ao ano, considerando que ela deve permanecer inalterada por “período bastante prolongado”.

Nesta quinta, o BC disse que as projeções para o comportamento dos preços tiveram leve queda para 2025 e 2026, mas com expectativas ainda desancoradas, sem melhora nas previsões de mercado para períodos mais longos. A autarquia espera que o IPCA acumulado em 12 meses continue acima do centro da meta, de 3%, até pelo menos o quarto trimestre de 2027 – último período com informações disponíveis.

A mais recente pesquisa Focus realizada pelo BC mostra que a expectativa de especialistas é de que a inflação termine este ano a 5,24%, com a Selic a 15%.