A prévia da inflação de agosto ficou em 0,19%, após taxa de 0,30% registrada em julho, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta terça-feira, 27, pelo IBGE.

Em 12 meses, o índice desacelerou para 4,35%, abaixo dos 4,45% observados nos 12 meses imediatamente anteriores, um pouco abaixo do teto da meta para o ano, que é de 4,50%.

Economistas consultados em pesquisa da Reuters estimavam alta de 0,20% do IPCA-15 em agosto sobre julho, com aumento de 4,45% na comparação anual.

Queda nos preços de alimentos

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em agosto. Já o grupo de Alimentação e bebidas apresentou queda pelo segundo mês consecutivo.

A maior variação (0,83%) e o maior impacto (0,17 ponto percentual) vieram do grupo Transportes, influenciado pelos combustíveis (3,47%), principalmente pela gasolina (3,33%). Etanol (5,81%) e óleo diesel (0,85%) também subiram. Por outro lado, as passagens aéreas (-4,63%) registraram queda nos preços.

Na sequência, destacam-se os grupos Educação (0,75% e 0,05 p.p.) e Artigos de residência (0,71% e 0,03 p.p.).

No grupo Alimentação e Bebidas (-0,80%), destaque para as quedas do tomate (-26,59%),  da cenoura (-25,06%), da batata-inglesa (-13,13%) e da cebola (-11,22%). Já o café moído (3,66%) ficou mais caro. Comer fora de casa também ficou mais caro (0,49%), acelerando a alta em relação ao mês de julho (0,25%).

No grupo Habitação, o principal impacto veio do gás de botijão (1,93%). Por outro lado, a energia elétrica residencial passou de 1,20% em julho para -0,42% em agosto, com o retorno da bandeira tarifária verde.

Expectativas para Selic

O centro da meta oficial para a inflação do Brasil em 2024 é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O boletim Focus do Banco Central, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para o IPCA no término deste ano subiu de 4,22% para 4,25%. Para 2025, passou de 3,91% para 3,93%.

Apesar de algumas apostas de gestores de elevação da Selic, o Focus aponta que a mediana das projeções os analistas ainda segue apostando em manutenção dos juros no patamar de 10,5% ao ano na próxima reunião do Copom, em setembro.

Como a pesquisa é feita

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de julho a 14 de agosto de 2024 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 15 de junho a 15 de julho de 2024 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.