O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,20% em novembro, levemente acima da taxa de 0,18% registrada em outubro, divulgou nesta quarta-feira, 26, o IBGE.

Com o resultado, o IPCA-15 passou a acumular alta de 4,50% nos últimos 12 meses, abaixo dos 4,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Foi a menor taxa para 12 meses desde janeiro, quando o índice também ficou em 4,50%.

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Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,18% em novembro. A desaceleração do IPCA-15 no acumulado em 12 meses, no entanto, confirma a trajetória de arrefecimento da inflação no país e reforça as apostas de que o índice poderá encerrar o ano abaixo do teto da meta.

O centro da meta oficial, medida pelo IPCA, é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Despesas pessoais puxa alta em novembro

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em novembro. A maior variação e o maior impacto positivo vieram de Despesas pessoais (0,85%), seguido de Saúde e Cuidados Pessoais (0,29%) e Transportes (0,22%). Veja aqui o detalhamento.

No grupo Despesas pessoais (0,85%), o resultado foi influenciado, principalmente, pelas altas na hospedagem (4,18%) e no pacote turístico (3,90%). Em Saúde e cuidados pessoais (0,29%), o destaque foi o plano de saúde (0,50%).

O grupo Alimentação e bebidas, que exerce o maior peso no índice, voltou a apresentar avanço dos preços, de 0,09%, após cinco meses de queda, com aceleração da alta de alimentação fora do domicílio a 0,68%.

Expectativas

Segundo a mais recente pesquisa Focus realizada pelo BC, a expectativa de especialistas é de que a inflação termine este ano a 4,45%, indo a 4,18% em 2026.

“O resultado de novembro reafirma o processo de desinflação, apesar de alguma piora na margem no aspecto qualitativo. Mantemos a nossa expectativa de que o IPCA cheio continue desacelerando, o que faria com que a inflação encerrasse 2025 dentro do teto da meta de 4,50%. Com isso, vemos as condições postas para o Copom iniciar o ciclo de queda da Selic na reunião de janeiro”, avaliou André Valério, economista sênior do Inter.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou na véspera que a instituição não pode perseguir o limite superior da meta de inflação, mas sim o centro do alvo.

Segundo ele, o BC, que vem mantendo a taxa básica de juros em 15%, ainda está insatisfeito com o nível da inflação. A autoridade monetária volta a se reunir para deliberar sobre a política monetária em 9 e 10 de dezembro, com expectativa de nova manutenção da Selic.

Com informações da Reuters