25/04/2025 - 9:07
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), também chamado de prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,43% em abril, abaixo da taxa de 0,64% registrada em março, divulgou nesta sexta-feira, 25, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado foi influenciado, principalmente, pelos grupos de Alimentação e bebidas (1,14%) e Saúde e cuidados pessoais (0,96%). Juntos, os dois grupos respondem por 88% do índice do mês.
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Apesar da desaceleração no mês, no acumulado em 12 meses, o IPCA-15 atingiu 5,49%, acima dos de 5,26%, observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,43%.
A alta de 0,43% registrada em abril foi a mais branda desde janeiro de 2025, quando subiu 0,11%. Considerando apenas os meses de abril, o resultado foi o mais elevado para o mês desde 2023, quando subiu 0,57%
Vilões do mês
Entre os maiores aumentos de preço em abril, destaque para altas do tomate (32,67%), do café moído (6,73%), do leite longa vida (2,44%), produtos farmacêuticos (1,04%) e plano de saúde (0,57%).
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas Transportes (-0,44%) apresentou variação negativa em abril. Contribuíram para a queda a passagem aérea (-14,38%) e os combustíveis (-0,38%), com variação negativa nos preços do etanol (0,95%), do gás veicular (0,71%), do óleo diesel (0,64%) e da gasolina (0,29%).
Acima do teto da meta
O resultado veio em linha com o esperado, mas inflação segue acima do teto da meta. O centro da meta perseguida pelo Banco Central para 2025 é de um IPCA de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A expectativa atual do mercado para o IPCA é de uma alta de 5,57% ao fim deste ano, segundo o último boletim Focus do Banco Central. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira está em 4,50%.
O Banco Central volta a se reunir no início de maio para decidir sobre a taxa básica de juros Selic, atualmente em 14,25% ao ano, tendo já indicado um aumento menor depois de elevação de 1 ponto percentual no último encontro.
Além da pressão dos alimentos, que gerou preocupações no governo, pairam sobre o cenário as incertezas no mercado externo com as medidas tarifárias adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que vêm abalando a ordem do comércio global.
Na véspera, o diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti, disse que a autarquia deixou em aberto sua decisão sobre a taxa Selic em maio e não tem condições de apontar o que fará no futuro diante de um cenário incerto.