15/09/2025 - 9:48
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) registrou queda de 0,5% em julho na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 15.
Foi o terceiro mês consecutivo de recuo do índice e a retração de julho foi mais profunda do que a esperada por economistas. Analistas consultados em pesquisa da Reuters esperavam contração de 0,2%.
Na comparação com julho do ano passado, o IBC-Br teve alta de 1,1%, acumulando em 12 meses um ganho de 3,5%, de acordo com números não dessazonalizados do BC.
Os dados vêm na véspera do início da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, quando a expectativa é que os diretores decidam pela manutenção da taxa Selic em 15% diante de preocupações com as projeções e expectativas de inflação. O anúncio sobre os juros será feito na quarta-feira.
Desaceleração da economia
Em julho, o setor agropecuário apresentou queda de 0,8% sobre junho, segundo os cálculos do BC, enquanto a indústria caiu 1,1% e o setor de serviços recuou 0,2%.
No segundo trimestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística informou no início deste mês, o PIB brasileiro já havia mostrado clara desaceleração, marcando alta de 0,4% sobre os três meses imediatamente anteriores, após ter crescido 1,3% no primeiro trimestre.
O Ministério da Fazenda disse na semana passada que, pelo fato de o dado do período ter vindo abaixo da sua expectativa, em meio à transmissão da política monetária apertada para o crédito e a atividade, estava revisando sua projeção de crescimento do PIB este ano para 2,3%, de 2,5% estimados em julho.
Já o mercado estima um crescimento de 2,16% do PIB este ano, segundo pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.
Em sua última reunião de política monetária, no final de julho, o BC destacou que o conjunto dos indicadores de atividade econômica tem apresentado certa moderação, conforme o esperado, mas ressalvou que o mercado de trabalho — com o desemprego marcando recordes de baixa — ainda mostra dinamismo.
O presidente do BC, Gabriel Galípolo, também tem ressaltado que a convergência da inflação tem se dado de forma lenta, com expectativas do mercado e projeções do BC para a inflação ainda distantes da meta de 3%.