11/12/2023 - 8:51
A expectativa para a inflação deste ano recuou no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 11. A projeção para 2023 passou de 4,54% para 4,51%. Um mês antes, a mediana era de 4,59%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção também oscilou de 3,92% para 3,93%. Há um mês, era de 3,92%.
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Considerando as 113 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 passou de 4,56% para 4,51%. Para 2024, por sua vez, a projeção de alta passou de 3,91% para 3,92%, considerando 112 atualizações no período.
Para 2025, que tem peso crescente nas decisões do Copom, a projeção continuou em 3,50% pela 20ª semana consecutiva – o que evidencia a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2026, a estimativa também seguiu em 3,50%, pela 23ª semana seguida.
As estimativas do Boletim Focus continuam acima do centro das metas para a inflação. Para 2023, a mediana está abaixo do teto da meta (4,75%), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022. Nos outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo e também superam o alvo central de 3,0%.
O Comitê de Política Monetária (Copom) volta a se reunir nesta semana. No encontro de novembro, o BC divulgou projeção de 3,6% para o IPCA de 2024, acima dos 3,5% da reunião anterior. Para 2025, subiu de 3,1% para 3,2% no modelo. Para 2023, a projeção foi atualizada de 5,0% para 4,7%. O colegiado reduziu a Selic pela terceira vez consecutiva em 0,50 pp, para 12,25% ao ano.
Projeção suavizada
Os economistas do mercado financeiro alteraram no Boletim Focus desta semana a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses de 3,92% para 3,91%, de 3,94% há um mês.
No fim de junho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.
No dia 20 de outubro, Haddad confirmou que não há previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua. “Até aqui, não (há previsão de publicar o decreto). Consultas estão sendo feitas pela Secretaria de Política Econômica da Fazenda. Mas nós temos tempo, e provavelmente até o final do ano nós vamos ter notícias”, disse o ministro, em São Paulo.
O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, já disse ao Estadão/Broadcast que a SPE já terminou a pesquisa sobre as experiências internacionais, mas que ainda não houve apresentação para o restante da equipe econômica nem para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável por editar o decreto.
Na avaliação do diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, uma maior autonomia requer maior prestação de contas, mas que a autoridade monetária não antecipa nenhuma mudança na política monetária em função da introdução da meta contínua.
Curto prazo
Os economistas revisaram parte das expectativas de inflação de curto prazo no Boletim Focus desta segunda. A mediana para novembro se manteve em 0,29%. Há um mês, a expectativa era de 0,30%. Para o IPCA de dezembro, a estimativa passou de 0,46% para 0,45%, de 0,50% um mês antes. Já para janeiro de 2024, a previsão para o indicador melhorou de 0,42% para 0,40%, ante 0,42% de quatro semanas atrás.