04/07/2010 - 8:35
O Partido Revolucionário Institucional (PRI), que aspira recuperar a presidência do México em 2012, proclamou sua vitória nas eleições de domingo realizadas em 14 estados, apesar de, segundo pesquisas de boca de urna, ter perdido seus redutos de Oaxaca e Sinaloa.
“Com os dados que temos, nosso triunfo é contundente”, assegurou Beatriz Paredes, líder nacional do PRI.
Inúmeras filas se formaram nos centros de votação em várias cidades, apesar do temor criado pelo clima de violência pré-eleitoral sem precedentes desde 1994, quando foi assassinado um candidato presidencial.
Apesar de todo o temor, as eleições foram realizadas em 14 das 32 entidades federais (31 estados mais o distrito da capital), onde foram escolhidos 13 governadores e prefeitos de cerca de 1.500 localidades.
Duas pesquisa de boca de urna assinalam que dos 12 governos em disputa, o PRI mantinha a mesma cifra de nove eleitos de antes, apesar de perder seus redutos em Oaxaca (sul) e Sinaloa (leste), enquanto disputam de forma acirrada o governo de Puebla (centro).
Nesses três estado está na ponta o Partido Ação Nacional (PAN, conservador), do presidente Felipe Calderón em aliança com o esquerdista Partido da Revolução Democrática (PRD).
O líder do PAN, César Nava, se negou a reconhecer a vitória do PRI e, inclusive, estimou que a disputa se mantém aberta em cinco estados.
Os resultados oficiais devem ser divulgados na quarta-feira.
As eleições foram marcadas por uma onda de crimes que incluiu o assassinato de dois candidatos, um deles favorito para o governo do estado de Tamaulipas.
O PAN denunciou a invasão da casa de um candidato e a uma sede de campanha nos estados de Veracruz (leste) e Hidalgo (centro), assim como a prisão de 12 colaboradores, em ações que atribuiu aos governos locais nas mãos do Partido Revolucionário Institucional (PRI).
O pleito deste domingo é o último grande teste eleitoral antes das eleições presidenciais de 2012, nas quais o PRI, que governou o México por mais de sete décadas até 2000, buscará o retorno à presidência.
Em Chihuahua (norte), a procuradoria reportou 20 assassinatos, incluindo quatro pessoas cujos cadáveres foram pendurados em pontes na capital do estado e de seis pessoas em uma rodovia.
Também foi reportado um ataque a um veículo de um representante do PRI no estado de Durango (norte) que foi baleado enquanto estava estacionado. Em Puebla (centro), foram lançadas pedras contra jornalistas que cobriam a votação.
A sombra dos cartéis da droga pairou sobre toda a campanha eleitoral. A influência deles, principalmente nas eleições mexicanas e nos meios políticos em geral, é denunciada há muito tempo, mas nunca foi tão sangrenta quanto agora.
No dia 28 de junho, foi assassinado Rodolfo Torre, candidato do PRI e favorito para o cargo de governador de Tamaulipas, fronteira com o estado americano do Texas. Ele foi morto junto com quatro colaboradores.
Dois prefeitos e um candidato a uma prefeitura foram assassinados desde fevereiro em Tamaulipas e no estado de Chihuahua, também na fronteira com os Estados Unidos.
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