10/09/2020 - 9:14
A primeira fazenda vertical de São Paulo enfrentou seu primeiro grande desafio com a pandemia do novo coronavírus, mas seus fundadores, que veem nesse tipo de cultivo um importante nicho de mercado, buscaram se reinventar ampliando sua clientela e sua gama de produtos.
A Pink Farms ganhou esse nome por causa da cor rosa produzida pela mistura de luzes vermelhas e azuis que iluminam suas duas torres de vegetais e verduras.
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Uma das torres ocupa uma área de 20 m2, mas em seus oito níveis tem um rendimento “100 vezes mais de área” do que um terreno com área semelhante no campo, afirma Gerardo Maia, um dos fundadores da empresa.
O engenheiro, de 29 anos, entrou no projeto junto com dois colegas em 2018. Após um ano de testes e estudos, eles inauguraram as operações em um armazém em Villa Leopoldina, na zona oeste de São Paulo.
O espaço de 700 m2 contém um amplo escritório administrativo e as duas torres, respectivamente com oito e dez níveis.
Na área externa, funcionários totalmente vestidos com macacões, e usando máscaras de proteção, luvas e bonés selecionam e embalam os produtos.
Os vegetais são cultivados em um material esponjoso e são irrigados por bombeamento de água por meio de canos que percorrem toda a plantação.
“A gente economiza cerca de 95% de água comparando ao campo, porque aqui no sistema ela é toda reciclada”, ressalta Maia.
Esta fazenda urbana vertical optou pelos restaurantes como sua principal clientela, razão pela qual sofreu o impacto da pandemia que forçou o fechamento comercial da maior cidade brasileira.
“A pandemia foi bem complicado, tivemos que achar outro caminho. Achamos outras oportunidades, é um processo contínuo de melhoria”, afirma o cofundador do projeto.
A Pink Farms impulsionou as vendas online e incorporou em sua produção os “microgreens”, usados para tornar um prato mais atraente ou saboroso.
O empresário reconhece que as fazendas verticais não vão substituir o campo, mas ressalta que podem oferecer alternativas que respondam aos problemas ambientais e às novas estruturas urbanas.
“Não usamos nenhum tipo de agrotóxico, então é um produto muito mais limpo, com menos risco para o consumidor. Por todos esses motivos dizemos que é o processo produtivo do futuro”, finaliza.