11/05/2025 - 9:00
Atuando no mercado de compartilhamento de aviões, helicópteros, iates e carros esportivos para o mercado de luxo, a Prime You resolveu investir no mercado imobiliário em 2019. Após apostar no modelo de compartilhamento de casas em cidades como Angra dos Reis (RJ) e Guarujá (SP), veio a ideia do empreendimento mais ousado: a primeira ilha privativa compartilhada do mundo, na cidade de Salvador (BA).
Adquirida pela companhia em setembro de 2023, a ilha conta com uma residência que passou por uma reforma completa. Ao invés de vender o imóvel da forma convencional, a ideia da companhia foi dividi-lo em quatro cotas, de acordo com o modelo de multipropriedade.
“A compra é coletiva, mas o uso é individual. No começo foi difícil porque o brasileiro tem muito a mentalidade do meu, meu, meu, mas acabamos mostrando que o modelo de negócios traz muitas vantagens para quem quer uma experiência premium com muita comodidade”, explicou o CEO da Prime You, Marcus Matta.
A companhia não revela quem são os compradores das cotas, mas informou que cada uma delas custou R$ 30 milhões.
Como funciona a multipropriedade de luxo?
O modelo de multipropriedade é previsto em lei desde 2018 e funciona quando um imóvel é dividido entre vários donos, que se organizam sobre o período que cada um terá o direito de uso. Uma vantagem de participar de uma compra nesse modelo é que a manutenção da casa é de responsabilidade da empresa que constrói, que cobra uma taxa de cada proprietário. Muitos hotéis, como a Costa do Sauípe, também comercializam quartos nesse mesmo modelo.
No caso da Prime You, não é permitida a locação do imóvel para não cotistas.
Quais as vantagens para os cotistas?
Mas por que um milionário optaria por dividir um imóvel com outros donos ao invés de adquirir uma casa só para ele? O executivo acredita que o modelo, que faz com que as manutenções preventivas fiquem por conta da empresa e que também conta com chefe de cozinha exclusivo mediante ao pagamento de uma taxa, faz com que os proprietários possam curtir mais o imóvel ao invés de ficar pensando em pequenos reparos e tarefas.
“O cliente sabe exatamente o custo fixo mensal ao adquirir a cota, que cobre funcionários e a provisão para manutenção preventiva. Os custos variáveis se limitam apenas ao consumo durante a utilização. Isso evita surpresas com os custos maiores de manutenção. Ao contrário da posse integral, onde problemas inesperados geram custos altos, no modelo compartilhado esses custos estão provisionados no fixo. O custo de ter uma propriedade inteira, especialmente algo como uma ilha, pode ser muito desconfortável devido ao trabalho, gestão e custo, o que torna a posse integral passageira para alguns”, explicou Matta.
Outro ponto levantado pelo CEO é que o modelo do compartilhamento evita imobilizar uma parte ainda maior do capital em um ativo de luxo que é usado poucas vezes no ano. Os compradores das cotas, de acordo com ele, são empresários e profissionais liberais.
Conheça a estrutura exclusiva da ilha
Localizada na Bahia, a ilha possui 5.632 m² e pode ser acessada por meio marítimo e por helicóptero. O cotista conta com serviços de chef de cozinha; ajudantes de cozinha, sommelier e serviço de limpeza e tripulação para o barco (comandante e ajudante), entre outros funcionários, além de serviços de concierge para pedidos especiais.
O espaço do empreendimento é dividido em três áreas. O módulo principal conta com sete suítes, salas de jantar e de estar, mirante, duas cozinhas completas e uma adega individual climatizada para cada cotista.
Já o módulo de lazer contempla salão de convivência, lareira, bar, hidromassagem com borda infinita, piscina, spa e uma academia equipada com tecnologia de ponta da Technogym.
O lazer se torna ainda mais completo com uma praia particular, onde é possível desfrutar de um banho de mar em total privacidade e, inclusive, apreciar o nascer ou o pôr do sol rodeado pelas águas do Atlântico.
O proprietário também tem acesso ao iate Azimut 62. A embarcação do estaleiro italiano Azimut Benetti, de 62 pés, ela tem um design moderno e capacidade para 16 passageiros. A embarcação conta com tripulação, manutenção e gastronomia de acordo com a preferência do cliente.
Próximo empreendimento será em Angra dos Reis
A empresa já anunciou que o próximo empreendimento será em Angra dos Reis e as obras já começaram. Este novo empreendimento será com vista para o mar, mas não será em uma ilha.
O projeto está sendo erguido em um terreno de 4.852 m², debruçado sobre o mar. Ele terá 2.065 mil m² de área construída e cerca de 30 ambientes, que abrigarão espaços de entretenimento, convivência e gastronomia, todos com vista para o Atlântico. O acesso se dará por via terrestre, marítima e aérea. Assim como o projeto da ilha, esse também contará com o Azimut 62. Serão construídas 38 casas no espaço, que vai seguir o mesmo padrão de quatro cotistas por imóvel.