11/01/2024 - 22:30
Enquanto o presidente da Argentina, Javier Milei, completa seu primeiro mês de governo com a proposta de combater a hiperinflação no país, o índice oficial de inflação de 2023, publicado nesta quinta-feira (11), atingiu 211%, maior patamar desde 1990.
Em seus primeiros dias na presidência, Milei apresentou um pacote com várias medidas de austeridade rigorosa para segurar o avanço dos preços.
Após a divulgação da taxa de inflação do ano passado, o banco central da Argentina anunciou que colocará em circulação notas de 10 mil e 20 mil pesos ainda neste ano.
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Segundo dados oficiais, a taxa de inflação na base mensal da Argentina atingiu 25,5% em dezembro, um pouco abaixo das previsões, após o uma forte desvalorização do peso pelo governo de Milei. Os dados de 2023 fez com que a Argentina ultrapassasse a Venezuela, que por muito tempo foi o ponto fora da curva da América Latina em termos de aumento de preços.
Uma das principais bandeiras da campanha do presidente ultraliberal era controlar a inflação, reduzir um déficit fiscal profundo e reconstruir os cofres do governo. Porém, Milei advertiu que isso levará tempo e que as coisas podem piorar antes de melhorar. Muitos argentinos estão reduzindo os gastos ainda mais, sendo que dois quintos já estão na pobreza.
Ação do mercado
Os mercados argentinos, que dispararam depois que Milei assumiu o cargo, agora estão dando ao líder libertário uma dose de realidade, com os preços dos títulos caindo, o peso se enfraquecendo novamente e os investidores cautelosos com os novos leilões de dívida do governo.
O banho de água fria dos investidores, após uma lua de mel inicial, ressalta o enorme desafio que Milei enfrenta ao tentar conter a inflação, evitar a agitação social, reconstruir as reservas do país.
Nesta semana, a Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI) chegaram a um acordo em nível técnico sobre a sétima revisão do programa de US$ 44 bilhões do país e pode desbloquear um desembolso de cerca de US$ 4,7 bilhões.
“Foram alcançados entendimentos sobre um conjunto reforçado de políticas para restaurar a estabilidade macroeconômica e colocar o programa atual de volta nos trilhos”, disse o FMI. “O programa se desviou seriamente”, acrescentou o Fundo.