16/10/2022 - 23:36
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, ordenou nesta segunda-feira (17) uma investigação governamental sobre a Igreja da Unificação, depois do assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, que reativou as suspeitas a respeito da seita.
O grupo está no centro das atenções desde que foi divulgado que o homem que matou Abe foi motivado pelo ressentimento contra esta igreja, acusada de pressionar os membros a fazer grandes doações.
A seita, fundada na Coreia do Sul por Sun Myung Moon, negou falhas em suas ações, apesar de vários ex-membros terem criticado publicamente suas práticas e revelado as ligações da organização com figuras políticas, o que ajudou a derrubar os números da popularidade de Kishida.
O primeiro-ministro afirmou nesta segunda-feira que “muitas vítimas” da igreja de seus grupos vinculados caíram na pobreza ou enfrentaram a desintegração familiar.
“Os esforços para ajudá-los ainda são insuficientes”, disse, antes de anunciar que o “o governo exercerá seu direito de investigar a igreja com base na Lei de Corporações Religiosas”.
Keiko Nagaoka, ministra da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia, afirmou à imprensa que por ordem de Kishida a investigação “começará imediatamente”.
A investigação pode levar a uma ordem de dissolução da igreja, o que retiraria da congregação o status de organização religiosa isenta de impostos.
O governo, no entanto, hesita sobre a possibilidade de emitir uma ordem do tipo contra a Igreja da Unificação, porque a medida gera preocupações a respeito da liberdade religiosa.