O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, fará uma turnê pela Europa e América do Norte na próxima semana, onde se reunirá com seus colegas dos países do G7.

Kishida, cujo país preside este ano o grupo das sete economias mais avançadas do mundo, iniciará sua viagem em Paris, em 9 de janeiro, para uma cúpula bilateral entre a França e o Japão, segundo informou o Ministério das Relações Exteriores japonês em comunicado emitido nesta quarta-feira (4).

O dirigente japonês viajará no dia seguinte (10) para Roma, seguindo depois para Londres (dia 11) e Ottawa (dia 12), capital do Canadá.

No dia 13, ele vai se reunir em Washington com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Este encontro com Biden será “extremamente importante” e terá como objetivo enfatizar “o reforço da aliança” entre os dois países, declarou Kishida em coletiva de imprensa nesta quarta.

A Casa Branca confirmou a visita do líder japonês, e apontou que visará “estreitar ainda mais os laços entre nossos governos, economias e povos”, segundo um comunicado.

Os dois líderes vão discutir maneiras de lidar com a crise da mudança climática, bem como questões de segurança em torno da Coreia do Norte, China e a invasão da Ucrânia pela Rússia, de acordo com o texto.

Biden, por sua vez, vai renovar seu apoio à presidência japonesa rotativa do G7, bem como seu mandato como membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU, informou a Casa Branca.

Kishida alertou recentemente, durante uma cúpula com Biden no Japão, que a ambição da China de assumir o controle da ilha de Taiwan, ainda que pela força, poderia desencadear um novo conflito.

“A Ucrânia hoje pode ser o Leste Asiático amanhã”, disse ele na época.

No mês passado, o governo japonês aprovou uma grande revisão de sua política de defesa, incluindo um aumento significativo nos gastos, e alertou que a China é o “maior desafio estratégico da história” para sua segurança.

O Executivo aprovou um plano para dobrar os gastos com defesa, a 2% do PIB até 2027, uma mudança que representa o maior reforço de sua política militar em décadas.

Além disso, o Japão planeja unificar o comando militar e aumentar o alcance de seus mísseis.

A mudança permitirá o alinhamento do país com o compromisso assumido pelos Estados-membros da Otan, embora o Japão não integre a aliança militar.

Tóquio deseja obter capacidade de “contra-ataque”, um conceito que até agora era considerado incompatível com sua Constituição pacifista e que permitiria agir contra ameaças dos países vizinhos.