O grupo extremista Estado Islâmico (EI), dirigido por Abu Bakr al-Bagdadi, cuja morte foi anunciada pelo presidente americano Donald Trump, autoproclamou seu “califado” em 2014 em territórios do Iraque e da Síria, antes de ser derrotado em março de 2019.

Contudo, jihadistas ainda contam com células adormecidas em ambos países.

– ‘Califado’ –

Em 29 de junho de 2014, os extremistas do “Estado Islâmico no Iraque e no Levante” (EIIL) anunciam o estabelecimento de um “califado” nas regiões conquistadas no Iraque e na Síria.

O EIIL, que logo passa a se chamar “Estado Islâmico”, nomeia seu líder Abu Bakr al-Bagdadi “califa”.

Na Síria, a partir de janeiro, o EIIL toma o controle da cidade de Raqqa (norte), conquista grande parte da província de Deir Ezzor (leste), fronteiriça com o Iraque, bem como posições em Aleppo (norte).

No Iraque, o EI se apodera, em 10 de junho, de Mossul (norte) e de uma grande parte de sua província Nínive.

Em 5 de julho, Bagdadi aparece em vídeo em sites de jihadistas e chama todos os muçulmanos a lhe obedecerem.

Em setembro, uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos lança bombardeios contra o EI na Síria. Previamente, tinha atacado o grupo no Iraque.

– Abusos e escravidão –

Nas regiões que controla, o EI realiza várias decapitações, execuções em massa, sequestros e violações. O grupo apedreja mulheres suspeitas de adultério e assassina homossexuais.

Algumas atrocidades são filmadas, e os vídeos viram arma de propaganda.

No Iraque, o grupo, que tomou a terra histórica dos yazidis nos montes Sinjar (norte) em 2014, transforma os mais jovens em meninos soldados e condena milhares de mulheres a trabalhos forçados e escravidão sexual. Esses abusos foram alvo de uma investigação da ONU por genocídio.

– Reveses no Iraque –

Em março de 2015, as forças iraquianas reconquistam Tikrit (norte). Em novembro, as forças curdas iraquianas, apoiadas por bombardeios da coalizão, recuperam Sinjar.

Em 2016, o EI é expulso de Ramadi, capital de Al Anbar, e de Faluya (oeste).

Em 10 de julho de 2017, o primeiro-ministro Haider Al Abadi anuncia a libertação de Mossul. Em 9 de dezembro proclama a vitória sobre o EI.

– Derrotas na Síria –

Em janeiro de 2015, as forças curdas apoiadas pela coalizão expulsam o EI de Kobane, cidade curda na fronteira turca.

Em agosto de 2016, as Forças Democráticas Sírias (FDS), dominadas pela milícia curda das Unidades de Proteção Popular (YPG), expulsam o EI de Manjib (norte).

Em fevereiro de 2017, rebeldes apoiados pelo Exército turco recuperam Jarablos e em seguida Al Bab, na província de Aleppo.

Em março, a cidade antiga de Palmira, conquistada duas vezes pelo EI desde 2015, é reconquistada definitivamente pelo Exército leal ao presidente sírio Bashar Al Assad, apoiado pela Rússia.

Neste local, os extremistas destruíram parte dos tesouros arqueológicos declarados Patrimônio Mundial da Unesco.

Em outubro, o EI perde Raqqa, que passa às mãos das FDS.

Em setembro de 2018, as FDS lançam uma ofensiva contra o último reduto do EI em Deir Ezzor.

Em 23 de março de 2019, as FDS conquistam as últimas posições extremistas em Baghuz, perto da fronteira com o Iraque, marcando o fim do “califado”.

– Vídeo de Bagdadi –

Em 29 de abril, o EI divulga um vídeo de propaganda no qual aparece um homem apresentado como Al Bagdadi. Seria sua primeira aparição em cinco anos.

Não sabe-se data e local da gravação.

Em 20 de agosto, o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, afirma que o EI está “mais poderoso hoje que há três ou quatro anos” em “algumas áreas” de Iraque e Síria.

– Temor de ressurgimento –

Em outubro, uma ofensiva da Turquia contra os curdos no nordeste da Síria, após a retirada das tropas americanas de várias bases da zona, desperta temores de um ressurgimento do EI.

Em 13 de outubro, autoridades curdas afirmam que cerca de 800 parentes de membros do EI fugiram de um acampamento de deslocados, aproveitando a falta de segurança.

– Bagdadi morto pelos EUA –

No dia 27 de outubro, o presidente americano informa que Abgdadi morreu em uma incursão noturna de agentes especiais americanos, no noroeste da Síria, em uma operação que contou com apoio de Rússia, Síria, Turquia e Iraque.

Em pronunciamento televisionado, Trump diz que Bagdadi “acionou seu colete, se matando”. “Ele morreu após correr para um túnel sem saída, soluçando, chorando e gritando por todo o caminho”, declarou, acrescentando que três de seus filhos também morreram com a explosão.