A candidata do Agrupamento Nacional (RN, extrema direita), Marine Le Pen, que enfrentará o atual presidente, Emmanuel Macron, no segundo turno presidencial na França, quer frear a imigração, combater o islamismo e aumentar o poder aquisitivo com o objetivo de devolver aos franceses “seu dinheiro” e “seu país”.

Confira a seguir os principais pontos de seu programa para a eleição presidencial, que ela pretende adotar graças à emissão de um empréstimo nacional e 68,3 bilhões de euros (cerca de 74,3 bilhões de dólares) de receita.

IMIGRAÇÃO

– Organizar um referendo sobre um projeto de lei para incluir na Constituição o “controle” da imigração, a “propriedade nacional” e a primazia do direito francês sobre o internacional e o europeu.

– Restabelecer o delito de permanência ilegal e obrigar os funcionários a denunciarem a presença de clandestinos.

– Reservar as ajudas sociais aos franceses e condicionar as prestações de solidariedade a cinco anos de trabalho.

– Prioridade nacional para o acesso às moradias sociais e ao emprego.

– Fim do reagrupamento familiar.

– Suprimir a permissão de residência aos estrangeiros que não tenham trabalhado durante um ano.

– Expulsar clandestinos, delinquentes e criminosos estrangeiros fichados como perigosos.

– Eliminar o “direito de solo”. Concessão da cidadania com base em critérios de mérito e assimilação.

– Solicitações de direito de asilo em consulados e embaixadas no exterior.

“ISLAMISMO”

– Proibir a “prática, a manifestação e a difusão pública”, tanto no cinema quanto na imprensa e nas escolas de “ideologias islamitas”.

– Proibir que as mulheres usem o véu em público.

SEGURANÇA

– Restabelecer penas mínimas.

– Presunção de legítima defesa para as forças de segurança.

– Dobrar o número de magistrados.

– Inscrever os assediadores de rua na ficha de criminosos sexuais.

– Criar 25.000 novas vagas prisionais em 2027.

– Eliminar a possibilidade de reduzir ou atenuar penas de prisão.

PODER AQUISITIVO

– Reduzir o IVA de combustíveis, gás e eletricidade de 20% a 5,5%.

– Eximir das cotações empresariais as empresas que aumentarem os salários (até três salários mínimos) em 10%.

– Renacionalizar as empresas de autopistas.

– Privatizar a radiotelevisão pública.

– Eximir do imposto de renda os menores de 30 anos.

– Exonerar do imposto a sociedades empresários menores de 30 anos nos cinco primeiros anos.

– Dobrar as ajudas às mães solteiras.

– Criar um imposto com juros de 0% para famílias jovens.

– Doações isentas de impostos de até 100.000 euros por filhos a cada dez anos.

INSTITUIÇÕES

– Referendo de iniciativa cidadã.

– Sistema de votação proporcional para as eleições legislativas.

APOSENTADORIA

– Adiantar a idade de aposentadoria aos 60 anos com 40 anos trabalhados para os franceses que entraram na vida ativa antes dos 20 anos.

– Aposentadoria entre os 60 anos e nove meses e os 62 anos para os franceses que começaram a trabalhar entre os 20 e os 24 anos e meio.

– Reajustes das pensões com a inflação.

– Aumentar para 1.000 euros a renda mínima para os franceses maiores de 65 anos com poucos recursos.

ENERGIA

– Eliminar as subvenções às “energias intermitentes”.

– Paralisar os projetos de eólicas e desmontar progressivamente os parques existentes.

– Relançar os setores nuclear e hidrelétrico, e investir em hidrogênio.

AGRICULTURA E ALIMENTAÇÃO

– Retirar a agricultura dos tratados de livre comércio.

– Intervenção estatal na fixação de preços.

– Proibir as importações que não respeitarem as normas francesas.

– Obrigar as cantinas e refeitórios a usarem 80% de produtos franceses.

PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

– Reduzir impostos de produção de pequenas e médias empresas.

– Suprimir os impostos sobre a transferência de empresas.

– Criar um imposto à fortuna financeira para taxar a especulação.

EMPRÉSTIMO NACIONAL

– Lançar “um grande empréstimo nacional”, remunerado a 2%, para financiar os investimentos.

DEFESA

– Aumentar o orçamento a 55 bilhões de euros até 2027.

– Sair do comando integrado da Otan, órgão que define a estratégia militar da Aliança.

SAÚDE

– Plano de 20 bilhões de euros em cinco anos, entre os quais 2 bilhões de euros para aumentar salário do pessoal.

– Suprimir as Agências Regionais de Saúde.

EDUCAÇÃO

– Punir o absenteísmo mediante a suspensão de ajudas financeiras e bolsas.

– Aumentar a escala salarial dos professores em 3% ao ano.