05/12/2012 - 21:00
Algumas operações milionárias movimentaram o setor de private equity em 2012 no Brasil. As principais transações envolveram restaurantes, como a venda, pela GP Investimentos, da churrascaria Fogo de Chão para o fundo Thomas H. Lee Partners, por US$ 400 milhões, e a compra, pelo espanhol Mercapital, de 70% da Figueira Rubaiyat por R$ 115 milhões. Outras operações grandes foram do fundo americano Carlyle, que comprou partes de duas redes de lojas varejistas, a de móveis e decoração Tok&Stok e a de brinquedos Ri Happy. Apesar dos números pujantes, o relatório Global Private Equity, da consultoria Grant Thornton, obtido com exclusividade pela DINHEIRO, mostra que, em 2012, os fundos de private equity enfrentaram condições difíceis para captar recursos e para fechar negócios.
Loja da Ri Happy: um dos alvos do Carlyle
A exceção foi o Brasil. “O País foi visto pelos fundos como um importante polo de negócios, mas a crise na Europa e as incertezas dos investidores seguraram as operações”, diz Paulo Sérgio Dortas, da Grant Thornton Brasil. Foram ouvidos para o estudo 143 executivos seniores do segmento em 20 países. Cerca de 72% dos entrevistados disseram que as perspectivas para captação são negativas ou muito negativas. Em 2011, esse percentual era de apenas 46%. “Os tradicionais investidores em private equity vêm adotando uma atitude mais conservadora”, diz Dortas.
Dortas, da Grant Thornton: expectativas com venture capital
Dados da Associação de Private Equity dos Mercados Emergentes mostram que, no primeiro semestre de 2012, os fundos desse tipo no Brasil captaram US$ 675 milhões, menos de 10% dos US$ 7 bilhões registrados ao longo de todo o ano de 2011. Para igualar-se ao resultado do ano passado, a captação teria de ser multiplicada por dez no segundo semestre, o que, segundo Dortas, será praticamente impossível de ocorrer. A expectativa é que as operações sejam retomadas em 2013, com ênfase nos setores voltados para o mercado interno. “Devemos também ver um crescimento das operações de venture capital, que investem em empresas em fase inicial”, afirma Dortas. “Além disso, com a Copa do Mundo e as Olimpíadas, investidores serão atraídos pelas oportunidades na infraestrutura”, diz.