18/01/2022 - 19:37
As vendas de carros novos na Europa registraram uma queda histórica em 2021, arrastadas pela crise sanitária e a escassez de semicondutores, que impediram a fabricação de milhões de veículos.
No ano passado foram vendidos 9,7 milhões de carros na União Europeia (UE), segundo dados publicados nesta terça-feira (18), o número mais baixo registrado desde o início da atual série estatística, nos anos 1990, e abaixo de 2013 e 1993, os piores anos da indústria automobilística.
Com o sexto mês de baixa consecutiva em dezembro, as vendas caíram 2,4% na Europa em relação a 2020, paralisado pela pandemia.
“Esta redução é consequência da escassez de semicondutores, que freou a produção de automóveis durante todo o ano, especialmente no segundo semestre”, explicou em um comunicado a associação de fabricantes europeus (ACEA).
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O ano de 2021 foi marcado na Europa pelo afundamento da Alemanha, seu principal mercado, que registrou queda de 10,1% em um ano, com 2,6 milhões de veículos vendidos.
Após um 2020 marcado pelo fechamento de fábricas e restrições sanitárias, o setor automotivo alemão teve uma recuperação sustentada no começo do ano passado.
Mas, no segundo semestre enfrentou dois entraves no mercado mundial: a escassez de semicondutores e os problemas logísticos que esfriaram as esperanças de uma recuperação duradoura.
Bélgica, Holanda e Dinamarca também registraram fortes quedas. A França se manteve estável (+0,5%), mas com um nível baixo com 1,66 milhão de unidades vendidas, nível similar ao de 1975.
A Espanha, que tinha sido um dos países mais afetados de 2020, se manteve quase inalterada (+0,1%), enquanto a Itália se recuperou um pouco mais, com 5,5%.
As maiores fabricantes do mercado sentiram o golpe: a número um, Volkswagen, recuou 4,8%, com 2,4 milhões de unidades vendidas, enquanto o grupo Renault perdeu 10,2% e a Stellantis (Peugeor, Fiat, Chrysler e Opel, entre outras marcas) registrou queda de 2,1%.
Segundo os especialistas, a recuperação poderia demorar. “O início de 2022 ainda será difícil em termos de abastecimento de semicondutores”, informou à AFP Alexandre Marian, do escritório AlixPartners.
“Em meados do ano deve melhorar, mas isso não quer dizer que não apareçam outros problemas sobre temas relacionados às matérias-primas, a logística ou à falta de mão-de-obra”, acrescentou.