Diretora do Departamento de Estratégia, Política e Revisão do Fundo Monetário Internacional (FMI), Ceyla Pazarbasioglu afirma que algumas reestruturações de dívidas soberanas “têm enfrentado atrasos significativos”, mas diz que o FMI trabalha com outros agentes para acelerar esse processo. “O progresso alcançado até agora mostra como o mundo pode trabalhar junto para reduzir riscos”, avalia, em texto publicado nesta quarta-feira no blog da instituição.

A autoridade diz que o Arcabouço Comum, endossado pelo G20,que leva credores a trabalhar juntos para ajudar a reestruturar dívidas quando necessário, começa a surtir efeitos, ao reduzir o tempo por um acordo em nível de staff do Fundo e entregar garantias financeiras de credores oficiais, necessárias para a aprovação do programa.

Como comparação, ela menciona que o programa de Gana levou cinco meses para cobrir essas etapas, quase a metade dos casos de Chade, em 2021, e Zâmbia, em 2022. “As conversas com a Etiópia devem ser mais rápidas, perto dos costumeiros dois a três meses”, acrescenta.

Pazarbasioglu vê as partes envolvidas com mais experiência em trabalhar juntas nesses acordos, inclusive credores oficiais não tradicionais, como China, Índia e Arábia Saudita. Segundo ela, de qualquer modo é preciso fazer mais para lidar com desafios e evitar estresses nas dívidas, em ambiente de juros elevados e necessidades de financiamento para o desenvolvimento econômico e lidar com mudanças climáticas, por exemplo.