Bancos e consumidores travam, há um bom tempo, uma dura queda-de-braço. Do lado dos clientes há uma série de reclamações quanto a filas enormes, cobranças indevidas e tarifas bancárias exageradas, entre outras. Muitos acabavam recorrendo aos órgãos de defesa do consumidor, como o Procon. Mas aí eram os bancos que endureciam a disputa. Eles argumentavam que, como prestavam serviços financeiros e não eram locais de consumo, não estavam sujeito ao Código de Defesa do Consumidor. Essa situação, porém, começou a mudar no ínicio deste mês, quando o Procon de São Paulo e a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) criaram a Câmara Técnica de Consumo com o objetivo de encontrar saídas para conflitos que envolvem as instituições financeiras e seus clientes. ?A meta inicial é solucionar três problemas, as filas, as tarifas bancárias e as fraudes eletrônicas?, diz Hédio Silva Júnior, Secretário de Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo. ?Nossa proposta é apresentar soluções para esses três itens em 90 dias?. A disposição dos bancos em participar da mesa de negociação é vista com bons olhos pelos órgãos de defesa do consumidor. Afinal, desde 2002 eles ocupam o segundo lugar entre os setores com o maior número de reclamações no Procon-SP, só perdendo para a telefonia. ?Quem sabe a Câmara não ajuda a tirar o setor financeiro deste triste pódio?, diz Silva Júnior.

513 reclamações foram registradas pelos clientes contra os bancos no Procon de São Paulo, no período de janeiro a junho de 2005