21/01/2025 - 16:50
Após a Azul e Abra – controladora da Gol – anunciarem um acordo para uma eventual fusão, a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON-SP) solicitou às empresas informações sobre como a combinação de negócios irá ocorrer e afetar clientes.
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Mesmo que o memorando da fusão da Gol e Azul preveja uma união apenas em 2026, o Procon ressalta que diversos clientes compram viagens com muita antecedências – e também o fato que rotas servidas por ambas as companhias podem ser unificadas, extintas ou alteradas.
Além disso, o órgão frisa a questão dos programas de fidelidade.
“As empresas podem optar pela criação de um novo modelo de negócio ou manter os seus programas de forma independente; porém, os consumidores precisam ser alertados com antecedência, recebendo todos os detalhes e opções para escolher de acordo com a sua conveniência, lembrando que o que foi acordado anteriormente por cada uma delas com o consumidor não pode sofrer alterações”, explica Luiz Orsatti Filho, diretor Executivo do Procon-SP
A visão do Procon-SP é que ambas as empresas envolvidas devem criar uma estrutura de comunicação com todos os seus públicos sobre o tema.
O órgão, em comunicado, revelo que irá ‘convidar representantes das empresas para que apresentem seus planos de atendimento aos seus clientes’ durante o processo de análise para a fusão.
A eventual fusão de Gol e Azul foi comunicada na semana anterior, no dia 16 de janeiro.
O diálogo sobre uma eventual fusão já havia sido iniciados anteriormente e, em 2024, se intensificaram, com o suporte de consultorias financeiras e jurídicas. Ainda na última semana a Azul havia dito que que as conversas ‘seguiam evoluindo’.
A fusão entre Gol e Azul resultaria em uma gigante com uma fatia de cerca de 60% do mercado brasileiro.
A operação ainda depende do sucesso da Gol em seu procedimento de Chapter 11 – como é chamada a recuperação judicial nos EUA. Além disso, deve passar pelo crivo de órgãos reguladores, tanto do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) quanto da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Ministro diz que fusão entre Azul e Gol pode reduzir preço de passagem
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, declarou logo depois o anúncio da possível fusão que o negócio deve ser positivo para o país, inclusive no sentido de evitar aumento de tarifas.
“Temos também a Anac e a imprensa fazendo papel de fiscalização. Acredito que o Cade não vai permitir movimento errado nesta fusão. Mas vamos aguardar”, disse o ministro, em Brasília.
Costa Filho disse que o negócio deve se positivo porque evita aeronaves mais vazias, citando o dado de 2024, em que a taxa de ocupação das aeronaves ficou em 84%.
“Eu comparo essa fusão [de Azul e Gol] ao que vemos nas federações partidárias. Elas estão juntas, mas possuem fundos partidários diferentes. Essa possível fusão vai fortalecer, mas preservando a autonomia financeira e a governança das empresas. É uma espécie de mão amiga. Cenário pior seria a quebra das empresas. O olhar do governo será pela preservação dos empregos do setor e pelo fortalecimento da malha aérea do país”.