26/11/2025 - 12:41
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) atualizou dados sobre suprimento de carnes e ovos no Brasil. Conforme o levantamento, a produção de carne de frango em 2026 pode alcançar recorde de cerca de 15,86 milhões de toneladas, superando a estimativa de produção deste ano, que é de 15,5 milhões de toneladas. Segundo a Conab, o bom resultado da avicultura de corte, junto com a suinocultura, influencia positivamente a produção de carnes no País, com produção de 32,6 milhões de toneladas de carnes, quando somadas as três principais proteínas mais consumidas pelos brasileiros (aves, suína e bovina). O volume previsto para o próximo ano representa uma ligeira alta de 0,4% em relação à quantidade prevista para este ano, de 32,48 milhões de toneladas, e também se configura como um novo recorde.
Neste ano, o bom resultado da produção de carne de frango permite um aumento na disponibilidade interna do produto no mercado doméstico, mesmo com o ligeiro aumento nas exportações, estimadas em 5,2 milhões de toneladas, frente ao volume embarcado em 2024 de 5,15 milhões de toneladas. As vendas ao mercado internacional foram prejudicadas pelo registro de um caso de influenza aviária em maio, no Rio Grande do Sul. Ainda assim, os embarques se mantiveram aquecidos, com outros mercados absorvendo parte significativa da produção, amenizando o impacto nas exportações. Neste mês, a China, o maior importador de carne de frango, declarou a retomada das compras do produto brasileiro.
Para 2026, a expectativa é de continuidade da trajetória positiva das exportações, com o volume total embarcado estimado em 5,25 milhões de toneladas. Mais uma vez, o aumento nas vendas internacionais não deve causar impacto no mercado doméstico, já que a disponibilidade interna também deve crescer no próximo ano em 3,1%, saindo de 10,3 milhões de toneladas em 2025 para 10,62 milhões de toneladas em 2026, possibilitando que a disponibilidade per capita seja estimada em 51,3 quilos por habitante, garantindo o abastecimento.
Panorama semelhante é esperado para a carne suína. Em 2025, a produção deve atingir 5,63 milhões de toneladas. As exportações continuam crescendo, mesmo com a desaceleração da demanda chinesa em razão da recuperação do seu plantel após ser afetada pela Peste Suína Africana (PSA), e devem atingir 1,48 milhão de toneladas até o fim deste ano. Ainda assim, a disponibilidade interna deve sair de 4 milhões de toneladas em 2024 para 4,16 milhões de toneladas em 2025.
Esse cenário positivo tende a se repetir no próximo ano. Em 2026, a Conab espera uma alta na produção de 4,5% em comparação com este ano, podendo alcançar 5,88 milhões de toneladas. Esse aumento no volume produzido possibilita uma nova elevação nos embarques, projetados em 1,6 milhão de toneladas, sem afetar o abastecimento interno, uma vez que é previsto um incremento na disponibilidade interna no próximo ano na ordem de 3,2%, estimada em cerca de 4,3 milhões de toneladas.
No caso da carne bovina, em 2025 a produção é estimada em 11,38 milhões de toneladas, volume levemente superior ao obtido em 2024. As exportações estão aquecidas e a expectativa é que até o fim de 2025 sejam embarcadas 4,21 milhões de toneladas, o maior volume já registrado. O bom ritmo das exportações ocorre mesmo com as tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos ao produto brasileiro, retiradas em meados de novembro deste ano, e é estimulado pela demanda chinesa, que absorveu 53,7% das exportações brasileiras.
Já em 2026, deverá ser marcada a reversão do ciclo pecuário, o que pode se refletir em uma menor produção de carnes, estimada em 10,89 milhões de toneladas, diante de uma maior retenção de fêmeas. A demanda internacional pelo produto brasileiro deve continuar aquecida e o volume exportado tende a se manter próximo da estabilidade, em torno de 4,25 milhões de toneladas. Por sua vez, há expectativa de redução na quantidade do produto disponível no mercado interno, estimada em 6,67 milhões de toneladas.
Com relação ao quadro de suprimento de ovos, a estimativa da Conab é de um novo recorde na produção em 2026, estimada em 50,3 bilhões de unidades, uma alta de 2,6% em relação à projeção do volume produzido em 2025, de 49 bilhões de unidades. Esse resultado mantém o movimento de alta na disponibilidade do produto no mercado interno.