A produção e o emprego industrial recuaram em janeiro, segundo aponta a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada nesta quinta-feira, 16, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice que mede a evolução da produção ficou em 46,1 pontos, abaixo da linha divisória dos 50 pontos. O indicador varia de zero a 100 pontos e valores abaixo de 50 pontos indicam queda na atividade.

De acordo com a CNI, o recuo da produção de dezembro para janeiro é um “comportamento usual para o mês”. A entidade destaca ainda que, embora tenha registrado queda, o índice avançou 3,3 pontos em janeiro, indicando que esse recuo foi menos disseminado do que o registrado em dezembro.

O emprego industrial também apresentou queda na passagem de dezembro de 2022 para janeiro de 2023, o que é considerado um movimento normal para o período. O índice que mede a evolução do número de empregados foi de 47,8 pontos em janeiro, o que corresponde a uma diminuição de 0,9 pontos em relação a dezembro de 2022. O indicador ficou abaixo da linha dos 50 pontos, “indicando que a percepção de queda do emprego industrial que marcou o último trimestre de 2022 se manteve no início de 2023”.

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A Sondagem mostrou ainda estabilidade na Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que se manteve em 67% em janeiro, o mesmo porcentual verificado em dezembro do ano passado. “Após sete meses consecutivos em patamar igual ou superior a 70%, a UCI recuou em dezembro de 2022 e sinalizou acomodação em janeiro de 2023. Esses resultados indicam desaceleração após a indústria registrar atividade mais forte que o habitual em 2022”, diz a pesquisa.

Já o índice de utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual ficou em 42,5 pontos em janeiro, um pequeno avanço de 0,3 ponto em relação a dezembro de 2022.

Com relação aos estoques, a pesquisa aponta uma pequena queda em relação a dezembro. O indicador ficou em 49,8 pontos. Já o índice do nível de estoque efetivo em relação ao planejado registrou 51,6 pontos em janeiro. Segundo a CNI, isso significa que o estoque efetivo está acima do nível planejado pelas empresas. “Desde julho de 2022, os resultados desse índice se encontram acima dos 50 pontos, indicando a persistência dos estoques acima do planejado.”

Expectativas

Apesar da queda na produção e emprego, todos os índices que medem as expectativas dos empresários aumentaram em fevereiro, o que indica, segundo a CNI, maior otimismo dos empresários com expectativas de crescimento para os próximos seis meses.

O índice de expectativa de demanda chegou a 54,1 pontos neste mês, um aumento de 1,9 ponto em relação a janeiro. O indicador que mede a expectativa de quantidade exportada teve ligeiro aumento, de 0,2 ponto, para 51,3 pontos.

O índice de expectativa de compras de matérias-primas teve alta de 1,7 ponto em fevereiro, na comparação com janeiro, ficando em 53,0 pontos.

O indicador que mede a expectativa de número de empregados também registrou avanço de 1,7 ponto, para 50,7 pontos. “Esse resultado sinaliza expectativa de ampliação do número de empregados, após o índice ter permanecido estável em 49,0 pontos, entre novembro e janeiro, resultado que indicava expectativa de redução do número de empregados”, destaca a CNI.

Investimento

Os empresários industriais também mantiveram interesse em investir. O índice que mede a intenção de investimento teve pequeno crescimento de 0,3 ponto, chegando a 54,0 pontos. A CNI destaca que o indicador continua acima da média história de 51,4 pontos, indicando que há intenção de investir na indústria. Apesar disso, o índice tem registrado uma trajetória de lenta recuperação desde a queda de 5,5 pontos acumulados em outubro e novembro de 2022. Entre dezembro do ano passado e fevereiro de 2023, o indicador recuperou apenas 0,5 ponto.

A pesquisa foi feita entre os dias 1º e 9 de fevereiro, com 1.646 empresas, sendo 649 pequenas, 575 médias e 422 grandes.