A produção industrial brasileira caiu 0,2% em julho na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 3. Com o resultado, o setor chega a 4 meses seguidos sem crescimento

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção da indústria subiu 0,2%. No acumulado do ano, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial avançou 1,1%, e, em 12 meses, 1,9%.

+ Entenda por que o PIB do Brasil está desacelerando em 2025

O resultado veio dentro do esperado. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de queda de 0,2% na variação mensal e de alta de 0,3% na base anual.

No período de abril a julho, a indústria acumula perda de 1,5%. Com a nova queda, a produção industrial se encontra 1,7% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas ainda 15,3% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.

A indústria brasileira vem mostrando dificuldades para deslanchar este ano, diante de um cenário de política monetária restritiva com a taxa básica de juros Selic em 15% agravado agora pela política comercial dos Estados Unidos, com taxas de 50% sobre os produtos brasileiros que entraram em vigor em agosto.

“Em termos conjunturais, destaca-se os efeitos de uma política monetária mais restritiva – que encarece o crédito, eleva a inadimplência e afeta negativamente as decisões de consumo e investimentos. Esses fatores contribuíram para limitar o ritmo de crescimento da produção industrial no período, refletindo-se em resultados mais moderados frente aos meses anteriores”, destacou o gerente da pesquisa, André Macedo.

O que puxou a queda

Segundo o IBGE, houve queda em 13 das 25 atividades industriais. Metalurgia exerceu o maior impacto no índice de julho, com queda de 2,3%, Outros destaques negativos vieram das atividades de outros equipamentos de transporte (-5,3%), de impressão e reprodução de gravações (-11,3%), de bebidas (-2,2%), de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-3,7%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-2,0%), de produtos diversos (-3,5%) e de produtos de borracha e de material plástico (-1,0%).

Já entre as altas, os principais impactos positivos vieram de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (7,9%), produtos alimentícios (1,1%), indústrias extrativas (0,8%) e produtos químicos (1,8%). Vale destacar também as influências positivas registradas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,6%), máquinas e equipamentos (1,2%) e celulose, papel e produtos de papel (0,7%).

Entre as categorias econômicas, bens de consumo duráveis e bens de capital registraram taxas negativas em julho sobre o mês anterior, respectivamente de 0,5% e 0,2%.

Já a produção de bens intermediários aumentou 0,5% e a de bens de consumo semi e não duráveis subiu 0,1%.

Em função do contexto econômico mais desafiador, a Fiesp passou a projetar crescimento de 0,9% da produção da indústria geral em 2025, após alta de 3,1% em 2024. E estima um avanço de 0,6% para 2026.

Com informações da Reuters