02/12/2025 - 9:36
A produção industrial brasileira cresceu alta de 0,1% em outubro na comparação com o mês anterior, após registrar perda de 0,4% em setembro, informou o IBGE nesta terça-feira, 2. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção caiu 0,5%.
O resultado veio abaixo do esperado, reforçando a leitura de perda de ritmo da indústria. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de alta de 0,4% na variação mensal e de 0,2% na base anual.
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No acumulado do ano, o setor tem alta de 0,8%, e, nos últimos 12 meses, o crescimento foi de 0,9%, ante 1,5% nos 12 meses até setembro.
Com o resultado de outubro, a produção industrial se encontra 2,4% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas ainda 14,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
Três das quatro grandes categorias econômicas pesquisadas pelo IBGE e 12 dos 25 ramos industriais pesquisados tiveram alta na produção na passagem de setembro para outubro. A principal influência foi a de indústrias extrativas, que cresceu 3,6% em outubro.
A principal influência foi a de indústrias extrativas, que cresceu 3,6% no mês. “O avanço foi influenciado pela maior extração de petróleo, minério de ferro e gás natural. Vale destacar que o crescimento observado em outubro de 2025 eliminou a perda de 1,7% acumulada nos meses de agosto e setembro deste ano”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo.
Perspectivas
A indústria vem enfrentando este ano a pressão de uma política monetária restritiva, com a taxa básica de juros em 15%, que encarece o crédito e afeta as decisões de investimentos. O Banco Central volta a se reunir na próxima semana para sua última decisão do ano de política monetária, com expectativa de manutenção da Selic.
“O resultado de outubro reforça a dinâmica de acomodação do crescimento do setor, que tem se mostrado o mais exposto ao tarifaço americano, tendo em vista que o mercado americano é de grande relevância para as exportações industriais e que os nossos produtos industriais não foram contemplados com nenhuma amenização das tarifas, como foi o caso de diversos outros produtos”, avaliou André Valério, economista sênior do Inter.
A Fiesp projeta crescimento de 0,9% da produção da indústria geral em 2025, após alta de 3,1% em 2024. Para 2026, projeta um avanço de 0,6%.
A expectativa atual do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) é de um crescimento de 2,16% em 2025 e de 1,78% para 2026, segundo o último boletim Focus do Banco Central. O IBGE divulgará nesta quinta, 4, o resultado do PIB do 3º trimestre.
“A desaceleração da indústria ao longo de 2025 é um dos sinais de que a economia brasileira, de maneira geral, deve crescer menos do que em 2024. Essa perda de força é reflexo dos juros altos, que reduzem o espaço para novos investimentos e limitam o crescimento da atividade econômica”, afirma Claudia Moreno, economista do C6 Bank, que avalia que o ciclo de cortes na Selic começará apenas em março.
Com informações da Reuters
