03/06/2025 - 9:32
A produção industrial do país registrou crescimento de 0,1% em abril frente ao mês anterior, representando uma desaceleração ante ao avanço de 1,2% registrado em março. Apesar disso, o setor marcou o quarto mês consecutivo de resultados positivos.
Em relação a abril de 2024, houve queda de 0,3%, interrompendo dez meses consecutivos de crescimento. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta terça-feira, 3, pelo IBGE.
O resultado veio abaixo do esperado. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de alta de 0,3% na variação mensal e de 0,3% na base anual.
No índice acumulado para o primeiro quadrimestre de 2025, a alta é de 1,4%. Já o acumulado em 12 meses ficou em 2,4%, mostrando uma perda de ritmo frente aos resultados de março (3,1%), fevereiro (2,6%) e janeiro de 2025 (2,9%).
“Frente ao patamar alcançado em dezembro do ano passado, a atividade industrial acumula expansão de 1,5%. Apesar do resultado muito próximo da estabilidade em abril de 2025, verifica-se um predomínio de taxas positivas, alcançando 3 das 4 categorias econômicas e 13 dos 25 ramos industriais pesquisados. destacou o gerente da Pesquisa Industrial Mensal, André Macedo.
Com o resultado de abril, a produção industrial se encontra 3% acima do patamar pré-pandemia, ou seja, fevereiro de 2020, mas ainda 14,3% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
Entre as atividades com melhor desemprenho no mês, destaque para indústrias extrativas (1%) e bebidas (3,6%). Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria foram registradas pelos setores de veículos automotores, reboques e carrocerias (1%) e de impressão e reprodução de gravações (11%).
Já entre as 11 atividades industriais com queda na produção em abril, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,5%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-8,5%) exerceram os principais impactos negativos.
Perspectivas
A perda de força da indústria ocorre em meio a um cenário de juros elevados por período prolongado e perspectiva de desaceleração da economia, tanto global quanto nacional.
O Banco Central volta a se reunir neste mês depois de elevar a taxa básica Selic para 14,75%, deixando em aberto o que fará agora e indicando a necessidade de uma dose alta de juros por período prolongado.
“Temos juros mais elevados que adiam o consumo das famílias e investimentos das empresas. Tem ambiente de incertezas dentro e fora do país, e isso tudo perturba o setor industrial”, disse Macedo.
A expectativa do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 caiu a 2,13%, ante 2,14% na semana anterior, segundo o último boletim Focus do Banco Central. Para 2026, a expectativa subiu para 1,80%, acima da projeção de crescimento de 1,70% na semana anterior.