O economista Nelson Marconi, responsável pelo programa de governo do pedetista Ciro Gomes, afirmou que o plano de governo do partido deve ficar pronto mais perto da eleição. Na semana passada, o PDT anunciou as diretrizes, documento prévio obrigatório que deve ser apresentado junto ao registro da campanha.

A fala foi feita em debate com economistas de presidenciáveis promovido pelo Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE), em conjunto com a Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap) e com a Ordem dos Economistas do Brasil (OEB).

De acordo com Marconi, o que eles já têm pronto é um conjunto de medidas para o Brasil e o principal objetivo é alcançar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Portugal. “Para atingirmos o IDH de Portugal, temos de crescer 5% ao ano”, acrescentou.

Marconi reforçou o objetivo de Ciro de mudanças no sistema tributário e disse que uma das propostas é zerar o déficit público em dois anos.

Sobre emprego, um dos temas mais debatidos pelos candidatos diante da crise financeira do País, Marconi disse que o objetivo é criar dois milhões de postos de trabalho no primeiro ano.

Inadimplência

O economista voltou a defender uma solução para os grandes índices de inadimplência no Brasil. “Temos que arrumar a casa e resolver a vida dos endividados”, disse. A afirmação reforça igual defesa feita por Ciro Gomes em debate entre presidenciáveis na TV Bandeirantes, na semana passada.

Marconi explicou que o objetivo será fazer um programa de refinanciamento de dívidas. “Vamos dar estímulos para refinanciamento de dívidas de pessoa física”, argumentou. A alta inadimplência, na visão dele, seria reflexo da grave crise financeira do País.

Também afirmou que a taxa de câmbio do País precisa ser administrada. “Ninguém investe em uma economia com taxa de câmbio valorizada”, defendeu.

Para alcançar tais metas, o economista disse que a primeira etapa é sanar as contas públicas. Para ele, a moeda tem de se manter perto da estabilidade e, sobretudo, ela não pode ser usada para administrar a inflação. “Câmbio valorizado foi um dos causadores do nosso desemprego”, disse.