A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou nesta quinta-feira, 11, que a projeção da entidade para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 foi mantida em 2,4%, de acordo com o Informe Conjuntural do segundo trimestre deste ano.

Por outro lado, houve revisão positiva de 2,1% para de 2,3% na projeção do PIB industrial para este ano. A instituição também aponta para aumento de 2,8% no consumo das famílias. No primeiro trimestre, a expectativa era de 2,5%.

“Embora a previsão da CNI para o PIB seja de manutenção do impulso à atividade econômica, o cenário atual mostra incertezas para esse ritmo de crescimento”, cita o documento da CNI.

Outro dado apresentado é expectativa para investimentos em 2024, que aumentou de 2,8% para 4% frente a 2023. O relatório ressalta, contudo, que o crescimento de 4,1% em investimentos verificado no primeiro trimestre, conforme dado do IBGE, foi influenciado pela base de comparação fraca de 2023, quando o indicador caiu 3%. Em contrapartida, há taxas de juros menores na comparação com 2023.

Apesar das quedas apresentadas pela indústria de transformação em maio, com as enchentes do Rio Grande do Sul e as greves no setor automotivo, a CNI avalia que o setor ainda será beneficiado pelo aumento da demanda interna e prevê crescimento de 2,2% em 2024. No início do ano, a expectativa era de alta em 1,7%.

O desempenho da indústria da construção em 2024, que concentra parte dos investimentos, está sendo influenciado por fatores como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e pelas mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida.

Crédito

Já para o mercado de crédito, a CNI prevê que as concessões totais devem aumentar 6,2% este ano. As reduções da Selic em reuniões passadas do Comitê de Política Monetária (Copom) e o aumento da massa de rendimentos reais são fatores apresentados para esse cenário positivo.

Outra revisão ocorreu justamente na estimativa para a taxa básica de juros no fim do ano. A expectativa da CNI é que a Selic encerre 2024 em 10,5% ao ano, acima dos 9% previstos anteriormente. O número está em linha com a mediana do Boletim Focus, também em 10,50% – patamar atual da taxa.

“A taxa de juros real deve encerrar 2024 com 1,6 ponto porcentual acima da taxa de juros real neutra e a política monetária se manterá em campo restritivo até o fim do ano”, disse o relatório.

Agropecuária

Para a CNI, o setor agropecuário deverá registrar queda de 4% em 2024, com revisão para baixo para os resultados da safra de cereais, oleaginosas e leguminosas, com impactos climáticos esperados pelo fenômeno de El Niño.

A instituição verifica que apesar da expectativa para a produção animal ser alta, o desempenho positivo deve apenas “atenuar” a queda da produção vegetal.