A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) de março segue em 0,90%, de acordo com o coordenador do indicador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Paulo Picchetti. Na manhã desta quarta-feira, 8, a FGV divulgou que o IPC-S acelerou a 0,48% na primeira quadrissemana do mês, após encerrar fevereiro em 0,34%.

Na avaliação de Picchetti, os principais vetores para o avanço do índice em março devem ser os grupos Alimentação e Transportes, este último sob impacto da reoneração dos combustíveis, especialmente a gasolina. Nesta leitura do IPC-S, tanto Alimentação (-0,03% para 0,21%) quanto Transportes (0,43% para 0,92%) já avançaram na comparação com o encerramento de fevereiro. Para a gasolina, a alta registrada foi de 1,60%, após queda de 0,26% em fevereiro.

“Na ponta, a gasolina já está subindo cerca de 7% e o etanol 3%, o que indica que devemos continuar tendo altas nesses itens nas próximas semanas”, observa Picchetti. “O impacto da reonoeração dos combustíveis para o IPC-S, porém, deve ficar restrito a março. É um novo patamar de preços, mais alto, mas em termos de variação de inflação, depois de março, não há impacto”, acrescenta o coordenador.

Ele ressalta, contudo, que esse cenário leva em conta apenas as informações disponíveis até o momento, e que eventuais mudanças na política de preços da Petrobras trazem incerteza às projeções do IPC-S.

Em relação aos alimentos, Picchetti atribui a perspectiva de avanço a dois fatores: uma acomodação de preços após quedas consecutivas registradas desde o fim de 2022 e questões climáticas, especialmente o período de seca na região Sul, trazendo impacto para produção de alimentos in natura.

Por outro lado, passagem aérea (-4,24% para -5,50%), além de ter sido o principal vetor negativo para o IPC-S desta leitura, deve conter um avanço mais significativo do indicador em março, na avaliação de Picchetti. “Na ponta, já observamos queda de cerca de 9% no item”, afirma o coordenador.

Nos cálculos de Picchetti, a difusão do IPC-S, que mede o porcentual de itens que apresentaram aumento de preços no período, avançou de 59,68% para 63,23% entre o encerramento de fevereiro e a primeira quadrissemana de março.