A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 caiu pela terceira semana consecutiva, de 1,98% para 1,97%. Um mês antes, estava em 2,01%. Levando em conta apenas as 35 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis – mais sensíveis a novidades -, permaneceu em 2,0%.

Na última quinta-feira, 27, o Banco Central diminuiu a sua estimativa para o crescimento do PIB deste ano, de 2,1% para 1,9%. O diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, explicou que a revisão é consistente com a perspectiva de moderação do crescimento, por causa da política monetária mais contracionista. Mas notou que há uma incerteza maior sobre a taxa, por causa das dúvidas sobre o cenário externo e sobre o ritmo de arrefecimento da atividade.

“A incerteza sobre essa projeção aumentou, tanto pelas questões externas que a gente já discutiu, quanto pelas internas, como é que vai se dar esse processo de desaceleração”, disse Guilen, durante entrevista coletiva para comentar o Relatório de Política Monetária (RPM), que substituiu o Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

A estimativa para 2026 se manteve em 1,60% pela segunda semana seguida. Um mês antes, era de 1,70%. Considerando só as 31 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, caiu de 1,64% para 1,60%.

A mediana para o crescimento do PIB de 2027 subiu de 1,99% para 2,0%. Um mês antes, era de 2,0%. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável em 2,0% pela 55ª semana seguida.

Dólar

A mediana do relatório Focus para a cotação do dólar no fim de 2025 caiu pela terceira semana seguida, de R$ 5,95 para R$ 5,92. Um mês antes, estava em R$ 5,99. A estimativa intermediária para 2026 continuou em R$ 6,0 pela 11ª semana consecutiva.

A projeção para o fim de 2027 se manteve em R$ 5,90 pela quarta semana seguida. A estimativa intermediária para o fim de 2028 permaneceu em R$ 5,90, também pela quarta semana consecutiva.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.

IPCA

A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 se estabilizou em 5,65%, após duas semanas de queda. Está 1,15 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, também estava em 5,65%. Considerando só as 57 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana passou de 5,66% para 5,64%. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 31.

A projeção para o IPCA de 2026 se estabilizou em 4,50% – colada ao teto da meta -, após duas semanas seguidas de alta. Um mês antes, estava em 4,40%. Considerando apenas as 55 expectativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, também permaneceu em 4,50%.

Selic

Pela 12ª semana seguida, sugerindo que os juros terão de subir mais 0,75 ponto porcentual. No último dia 19, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa de 13,25% para 14,25% e sinalizou uma nova alta, de menor magnitude, em maio.

Com isso, o mercado espera que a Selic suba ao maior nível desde maio de 2006, no primeiro governo Lula, quando o Copom cortou a taxa de 15,25% para 14,75%. Nessa época, os juros estavam em queda depois de terem atingido 19,75% em maio de 2005, um dos maiores patamares do século 21.

A mediana para a Selic no fim de 2026 ficou estável em 12,50% pela nona semana consecutiva. Mas, levando em conta apenas as 65 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, subiu de 12,50% para 12,75%.

A estimativa intermediária para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela sétima semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,0% pela 14ª semana consecutiva.