29/11/2021 - 8:58
A mediana apurada no Relatório Focus para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador de inflação oficial, de 2022 já se encontra no teto da meta a ser perseguida pelo Banco Central, de 5,00%, sinalizando alto risco de descumprimento do objetivo pelo segundo ano consecutivo. A previsão subiu de 4,96% para 5,00%, o 19º aumento consecutivo. Há um mês, a previsão era de 4,55%.
Considerando as 42 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para o IPCA de 2022 já supera a banda superior da meta do ano que vem, subindo de 5,00% para 5,15%.
Para 2021, a mediana também seguiu sua escalada, passando de 10,12% para 10,15% – a 34ª alta seguida – e já supera em quase 5 pontos porcentuais o teto da meta deste ano (5,25%). A estimativa era de 9,17% há quatro semanas. Nos últimos cinco dias úteis, foram feitas 42 atualizações, com a previsão mediana avançando de 10,16% para 10,19%.
O Relatório também vem mostrando sinais de desancoragem em horizontes mais longos. Nesta semana, a expectativa para o IPCA em 2023 seguiu em 3,42%. Da mesma forma, para 2024, a mediana permaneceu em 3,10%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,27% e 3,07%, respectivamente. A meta para 2023 é de inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%). Já para 2024 o objetivo é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto (de 1,5% para 4,5%).
No comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) de outubro, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 9,5% em 2021, 4,1% em 2022 e 3,1% em 2023. O colegiado elevou a Selic em 1,5 ponto porcentual, para 7,75% ao ano.
O BC deixou de publicar, no documento do Focus, as projeções sobre o Top 5. Estes dados podem ser consultados no Sistema de Expectativas de Mercado.