A mediana das previsões do mercado financeiro no relatório Focus do Banco Central para a inflação suavizada nos próximos 12 meses passou de 4,45% para 4,43%. Um mês antes, era de 4,36%. Essa medida ganhou importância nas análises do mercado após a regulamentação da meta de inflação contínua, válida a partir deste ano.

O novo alvo foi descumprido pela primeira vez no dia 10 de julho, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou junho com alta de 5,35% em 12 meses – acima do teto da meta, de 4,50%, pelo sexto mês consecutivo.

No mesmo dia, o Banco Central publicou uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informando que espera que a inflação acumulada em 12 meses caia abaixo do teto da meta no fim do primeiro trimestre de 2026. A expectativa é que o IPCA retorne ao centro do alvo, de 3%, no fim do ano que vem.

O novo regime prevê que o cumprimento da meta seja apurado com base na inflação acumulada em 12 meses. Se a taxa ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo.

A meta é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. O ministro da Fazenda pode propor uma alteração ao Conselho Monetário Nacional (CMN), mas é necessário esperar 36 meses para que qualquer mudança tenha efeito.

A expectativa de inflação suavizada para os próximos 12 meses é calculada com base nas projeções das instituições para a inflação total nesse período. A cada nova divulgação do IPCA, a projeção para o mês mais antigo é substituída pelo novo dado.

Para evitar saltos bruscos nas expectativas devido à diferença entre o valor projetado e o realizado, o Banco Central dilui esse desvio de forma gradual, do dia da divulgação até a próxima. O resultado é a inflação suavizada.