18/03/2009 - 7:00
QUANTO VALE A SUA FIDElidade? Se o assunto é dinheiro, os bancos estão dispostos a pagar mais por ela. Para conquistar clientes avessos ao risco das aplicações de renda variável, as instituições financeiras de varejo lançaram CDBs com rendimentos progressivos. Bradesco, HSBC e Santander prometem premiar os clientes fiéis, se estes mantiverem os recursos em CDBs por mais tempo. O CDB Recompensa do Santander, por exemplo, oferece para aplicadores a partir de R$ 1 mil taxas de 100% do CDI (que mede o custo do dinheiro no mercado interbancário) depois de três anos de prazo. Aplicações superiores a R$ 5 mil pagam mais de 100% do CDI a partir de três anos. Se você tem dinheiro disponível, vale a pena pesquisar antes de aplicar.
Geralmente, os bancos negociam taxas melhores com os clientes nas aplicações superiores a dois anos. Embora tenha liquidez diária somente a partir de 30 dias, a poupança é mais atrativa no primeiro ano, porque não está sujeita ao Imposto de Renda. No CDB, a tabela do IR é regressiva. Pagam-se 22,5% sobre a rentabilidade nos seis primeiros meses; depois 20% até um ano. Em seguida, a tributação cai para 17,5% entre um e dois anos e permanece em 15% para investimentos a partir do segundo ano. “Como sobre a caderneta não incide IR, ela é a melhor opção para quem tem poucos recursos para aplicar em um curto período”, explica o diretor-gerente da diretoria de negócios financeiros do Itaú, Luiz Marcelo Moraes.
Dentro das aplicações conservadoras, os CDBs progressivos concorrem com os CDBs prefixados e pós-fixados, com a poupança e os fundos de renda fixa. Em fevereiro, o CDB com taxa prefixada e vencimento em 30 dias teve rendimento bruto médio de 0,75%. A poupança rendeu 0,55% no período. Os novos CDBs progressivos chegam para tornar o produto tão atrativo quanto esteve no final do ano passado, quando os bancos disputavam recursos escassos e pagavam até 110% do CDI.
O HSBC lançou há 15 dias o CDB Evolução, com prazo máximo de cinco anos, que rende até 103% do CDI. Nele, o investimento mínimo de R$ 2 mil começa com rendimento de 75% do CDI. “A guerra de taxas acabou no ano passado. O foco é fidelizar o cliente”, explica a superintendente de wealth management do HSBC, Rosaline Nunes. No Bradesco, o CDB Fidelidade tem prazo de três anos, com investimento mínimo de R$ 5 mil. Em quatro meses, já corresponde a 25% das aplicações na família CDB. Nos seis primeiros meses, o banco paga 83% do CDI, taxa que sobe em três anos para 100% retroativos aos meses anteriores. “Essas são as taxas de balcão. Conforme o perfil, o cliente pode negociar taxas melhores com o gerente”, lembra o superintendente-executivo do departamento de investimento do Bradesco, Marcos Villanova.