20/03/2018 - 19:44
O promotor do Grupo Especial de Delitos Econômicos (GEDEC) Roberto Bodini pediu a prisão do ex-auditor fiscal José Rodrigo de Freitas, conhecido como o ‘rei dos fiscais’ da Máfia do ISS. Denunciado por concussão contra uma construtora para a realização de um empreendimento e lavagem de R$ 67 mil fruto do crime, ele tem usado imóveis bloqueados, segundo o Ministério Público.
As informações foram divulgadas pelo repórter Walace Lara, da Rede Globo e confirmadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo o Ministério Público Estadual, o ex-auditor ficou conhecido entre os colegas como “rei dos fiscais” por ter um patrimônio estimado em R$ 80 milhões e 79 imóveis, que foram bloqueados pela Justiça. Freitas foi denunciado por ter recebido dinheiro para liberar a emissão do Habite-se de um empreendimento imobiliário da Construtora Onoda, na zona leste de São Paulo, em 2009.
A Promotoria aponta que, “José Rodrigo de Freitas integrou sofisticado e enraizado esquema de corrupção e concussão na Secretaria de Finanças do Município de São Paulo, com o recebimento de vantagens indevidas em razão de não lançamento de IPTU devidos à Municipalidade por grandes empresários, bem como recebia ‘propina’ por intermediar a expedição de certidão de quitação de ISS para a expedição do Habite-se com celeridade e débito à menor, em prejuízo do Município”.
Com o fim de ressarcir o erário, a Justiça bloqueou os bens de Freitas, que eram considerados incompatíveis com seus rendimentos.
No entanto, o Administrador Judicial nomeado nos autos para cumprir a medida cautelar elaborou relatório mostrando “graves irregularidades”, segundo o promotor.
O promotor dá conta de que parte dos imóveis bloqueados estaria sendo administrada e seus alugueis recebidos por uma empresa cuja sócia é mulher do ex-auditor.
“José Rodrigo de Freitas, mesmo ciente da indisponibilidade de seus bens e sequestro no âmbito criminal, continua dispondo do seu patrimônio com total desprezo às decisões judiciais”, afirmou.
Defesa
A reportagem entrou em contato com a defesa de José Rodrigo de Freitas, mas não recebeu resposta.