Os governos dos Estados Unidos e da França consideram que a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de criação de um grupo de países não envolvidos na guerra pela paz entre Rússia e Ucrânia deve reconhecer, antes de tudo, que houve uma agressão militar da Rússia contra um país soberano.

O governo de Joe Biden defende que qualquer grupo de mediadores teria que reconhecer a agressão russa para que possa ser credenciado como um interlocutor legítimo, segundo reportagem do Uol. Para a ministra francesa de Relações Exteriores, Catherine Colonna, qualquer projeto de paz deve cumprir a exigência de respeitar o direito internacional e reconhecer que houve agressão militar, violação de fronteiras e da integridade de outro território.

A ideia de criar um “clube de paz” inclui a Índia e a China e está sendo avaliada pelo governo russo. O vice-chanceler da Rússia, Mikhail Galuzin, disse que o país está analisando a proposta e que é preciso levar em consideração a evolução militar do conflito.

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“Nós notamos as declarações do presidente do Brasil sobre o tema de uma possível mediação para tentar encontrar meios políticos de evitar escalada na Ucrânia, corrigindo erros de cálculo no campo da segurança internacional com base no multilateralismo, e considerando os interesses de todo os atores”, disse Galuzin em uma entrevista à agência estatal russa Tass na semana passada.

O Brasil se recusou a fornecer armas, equipamento militar ou munição à Kiev. O governo da França comemorou a decisão do Brasil de apoiar a resolução na Organização das Nações Unidas (ONU) que condena a agressão russa contra a Ucrânia e pede uma paz “justa e duradoura”, segundo o Uol. O Brasil foi um dos 141 países que condenaram a invasão russa e a única nação dos Brics a não votar contra ou se abster, diferente de alguns dos principais países emergentes que optaram pela abstenção.

A proposta de pacificação do Brasil foi levada ao presidente Biden e ao premiê alemão Olaf Scholz, que receberam friamente a ideia por buscarem derrotar a Rússia militarmente, mesmo sendo considerado impossível pelo general americano, Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, informa o jornal Folha de São Paulo.

A China nega as acusações dos Estados Unidos de que pretende enviar armas para ajudar os russos. O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse que “quer se encontrar” com os chineses e que gostaria de vê-los na posição de acordo, porém o presidente da Rússia, Vladimir Putin, encontrou-se com o principal diplomata chinês, Wang Yi, que reforçou a aliança entre os dois países. A cooperação entre as duas nações cresceu com patrulhas e exercícios conjuntos.