19/06/2013 - 9:30
Os protestos contra os gastos excessivos na construção dos estádio da Copa do Mundo continuam pelo Brasil nesta quarta-feira (19/6). Em Fortaleza, um grupo grande de pessoas se concentra em torno do estádio Castelão, onde acontecerá o jogo entre Brasil e México na Copa das Confederações, às 16h. Houve confronto com a polícia porque os manifestantes furaram a barreira feita pelos políciais para impedir a entrada do grupo no estádio. O movimento também reivindica melhorias nos setores de saúde e educação.
Em São Paulo, um dia após manifestantes tentarem invadir a prefeitura da cidade no início da noite da última terça-feira (18), novos protestos na manhã desta quarta-feira, prejudicaram o trânsito na cidade de São Paulo.
A Rodovia Régis Bittencourt, principal ligação entre o Sul e o Sudeste do país, foi interditada nos dois sentidos por volta das 9h30, na altura do km 270, próximo à região de Taboão da Serra, em mais um ato de protesto contra o aumento da tarifa do transporte público.
A Autopista, concessionária que administra a rodovia, informou que por volta das 9h45 havia 3 quilômetros de congestionamento no sentido São Paulo. Os manifestantes tinham saído em passeata da Avenida Francisco Morato, na zona sul da cidade de São Paulo e tomaram as pistas da estrada formando uma barreira.
Aumento das tarifas
Outro grupo realizou protestos no extremo sul da capital paulista. Os manifestantes são contra o aumento das passagens de ônibus, trens e metrô, na periferia do extremo sul da capital paulista. Eles interditaram a Avenida M’Boi Mirim, na altura do Largo de Piraporinha, nos dois sentidos.
O aumento das tarifas é o principal motivo dos protestos
Essa passeata também teve a participação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) que pedem uma reunião com o secretário dos transportes, Gilmar Tato, ainda hoje na subprefeitura de M’Boi Mirim.
Em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo, um grupo de aproximadamente 30 pessoas interditou a Rodovia Anchieta no início da manhã no sentido capital. Os manifestantes atearam fogo em uma barreira de pneus colocados na pista. Em seguida, os manifestantes seguiram para o Paço Municipal, no centro da cidade. Por volta de 12h, interditaram a Anchieta novamente nos dois sentidos, por 30 minutos.
Protestos pelo Brasil
Os protestos no Brasil tiveram maior repercussão na últimna segunda-feira (17). Em São Paulo, o Movimento Passe Livre reuniu mais 65 mil manifestantes, de acordo com o Data Folha. O protesto começou no Largo da Batata, na zona Oeste, e seguiu posteriormentes pela Marginal Pinheiros.
Manifestantes ocupam a Marginal Pinheiros, em São Paulo, na última segunda (17)
Também ocorrem manifestações em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Salvador. No Distrito Federal, os protestantes ocuparam a cobertura do Congresso Nacional. A organização estima entre 10 mil e 15 mil pessoas presentes no ato.
Repercussão internacional
Pelo segundo dia consecutivo, os principais jornais internacionais destacaram, nas publicações impressas e online, as manifestações ocorridas em várias cidades do Brasil. O jornal francês Le Monde promoveu um debate com especialistas em Brasil sobre o que está por trás dos protestos. O espanhol El País manteve, na primeira página, uma reportagem sobre a violência registrada em São Paulo.
A reportagem do El País diz que a manifestação, em São Paulo, demonstrou no geral ?um exemplo de maturidade cívica?, mas informa também que houve momentos de violência. O texto menciona a manifestação da presidenta Dilma Rousseff em ?repúdio à corrupção e uso indevido do dinheiro público?. Há uma galeria de fotos com imagens de manifestantes em várias cidades do país.
O jornal britânico The Guardian relata em detalhes o protesto em São Paulo, mas menciona que houve manifestações em mais, pelo menos, 12 cidades brasileiras. O texto ressalta o respeito do governo brasileiro aos protestos, mas indica que houve ?confrontos sangrentos?. A reportagem também inclui análises de especialistas, como Lúcio Flavio Rodrigues de Almeida, professor de sociologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
No jornal francês Le Monde, foi promovido um debate sobre os episódios ocorridos no Brasil com a seguinte pergunta: Como explicar os eventos no Brasil?. Participam das discussões Jean Hebrard e Claudia Fonseca Damasceno, diretores do Centro de Investigação sobre Contemporânea e Brasil Colonial.
*Com informações da Agência Brasil