16/11/2025 - 8:29
Milhares foram às ruas para protestar contra as políticas de segurança do governo, acusando as autoridades de fracassar no combate à violência no país. Confrontos deixaram 120 feridos na capital.Milhares de pessoas foram às ruas do México neste sábado (15/11) para protestar contra as políticas de segurança do governo, acusando as autoridades de não conseguirem conter o aumento da violência no país.
Manifestantes marcharam na histórica praça principal da capital do país, a Praça da Constituição, conhecida popularmente como Zócalo, em uma marcha impulsionada por jovens mexicanos ligados a uma onda global de protestos da Geração Z , assim como por apoiadores do “Movimento Sombrero” local, que surgiu após o recente assassinato de um prefeito conhecido por sua luta contra o crime organizado.
“Carlos não morreu; o governo o matou”, gritavam os ativistas, referindo-se ao prefeito de Uruapan, no estado de Michoacán, que foi morto a tiros durante uma celebração pública do Dia dos Mortos, em 1º de novembro.
Confrontos com a polícia
Um pequeno grupo de manifestantes encapuzados chegou a derrubar as grades de metal ao redor do Palácio Nacional, onde a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum , reside e trabalha, provocando confrontos com a polícia de choque, que respondeu com gás lacrimogêneo e extintores de incêndio.
“Por muitas horas, essa mobilização transcorreu pacificamente, até que um grupo de indivíduos encapuzados começou a cometer atos de violência”, disse a repórteres Pablo Vázquez, chefe de segurança da Cidade do México.
“Era assim que vocês deveriam ter protegido Carlos Manzo”, gritaram alguns dos manifestantes para as forças de segurança.
O secretário de Segurança Pública da Cidade do México, Pablo Vázquez, afirmou em coletiva de imprensa que 100 policiais ficaram feridos, incluindo 40 que precisaram de atendimento hospitalar. Outros 20 civis também ficaram feridos, 20 foram presos e outros 20 foram “encaminhados para responder por infrações administrativas”.
“Estamos trabalhando para identificar todos os que cometeram atos criminosos durante a manifestação e estamos iniciando as investigações correspondentes em coordenação com a Procuradoria-Geral da Cidade do México”, explicou Vázquez.
Sheinbaum: protestos são “pagos” do exterior
No início desta semana, a presidente Claudia Sheinbaum questionou as motivações das manifestações e classificou os protestos de “inorgânicos” e “pagos”, em declarações feitas durante sua coletiva de imprensa matinal. “É um movimento promovido do exterior contra o governo”, disse a presidente mexicana, alegando que este é organizado em grande parte por opositores políticos de direita e promovido por bots nas redes sociais.
Embora houvesse elementos internacionais nos protestos, como a bandeira pirata emblemática do mangá japonês “One Piece” , que se tornou um símbolo de protesto juvenil global, outros aspectos eram distintamente mexicanos.
Além de faixas em homenagem ao prefeito de Uruapan morto, outras pediam a destituição do partido Morena, de Sheinbaum.
Geração Z no mund
Protestos organizados por membros da chamada Geração Z ocorreram nos últimos meses em vários países, incluindo Nepal , Marrocos, Madagascar e Peru . A Geração Z se refere aos nascidos entre 1995 e 2010.
Embora as preocupações específicas variem de país para país, os movimentos são unidos pela idade mais jovem dos manifestantes, pela organização espontânea por meio de redes sociais e por símbolos comuns.
md (AFP, Reuters, EFE, DPA)