O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, informou nesta segunda-feira, 28, que dez instituições financeiras, entre bancos públicos e privados, participaram do primeiro leilão do EcoInvest, o programa de hedge cambial que visa a atrair recursos para projetos sustentáveis de longo prazo.

A operação foi concluída em 11 de outubro, levantando R$ 7 bilhões, montante que, somando o capital alavancado (R$ 38 bilhões), mobiliza R$ 45 bilhões a projetos sustentáveis.

Durante fórum da ApexBrasil em São Paulo, Ceron classificou como um sucesso a operação de blended finance, que combina capital público e privado. O EcoInvest foi lançado em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Segundo Ceron, após o primeiro leilão ter demanda relevante, em parte por dar liberdade para as instituições financeiras escolherem projetos, as parcerias entre público e privado no crédito têm tudo para dar certo, a exemplo das parcerias em infraestrutura.

O secretário pontuou que a primeira operação testou o modelo e identificou a rede de parceiros privados com potencial de prover crédito à agenda do governo de transformação ecológica.

Ele antecipou que uma chamada deve ser publicada em breve para uma operação “temática” visando levantar recursos para a para a recuperação de 1 milhão de hectares em áreas degradadas para a produção sustentável. “Novamente esperamos contar com parceiros. É uma das agendas”, declarou o secretário.

Em relação à agenda de atração de capital externo, Ceron disse que uma linha de liquidez está sendo discutida e regulamentada. Em paralelo, o governo trabalha em instrumentos de hedge cambial para reduzir a incerteza sobre investimentos em projetos sustentáveis, assim como busca apoio a veículos financeiros que financiem a estruturação de projetos da agenda verde.

“Até fim do ano e o primeiro semestre de 2025, vamos caminhar em regulamentação e novos leilões nessas temáticas”, declarou Ceron.