10/05/2024 - 17:39
Em solidariedade ao ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que não pagou uma dívida de R$ 31 mil e por isso teve a penhora de bens autorizada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) o diretório cearense do PSDB emitiu uma nota nesta sexta-feira, 10, expressando “indignação diante da situação de injustiça”. Segundo o partido, a decisão judicial que autorizou o arrombamento da casa do pedetista “é absolutamente absurda e contrária aos princípios democráticos”.
A manifestação dos tucanos afirma que “é triste ver no nosso país corruptos soltos” enquanto “uma pessoa digna, completamente devotada em mudar o Ceará e o Brasil para melhor” sofre “perseguição”. A sigla também declarou que “se mantém firme em defesa dos direitos individuais e da democracia, repudiando veemente qualquer ato que viole tais princípios”.
O valor devido por Ciro diz respeito a uma ação perdida por ele contra jornalistas da Abril Comunicações em 2018. Com a derrota, o político ficou encarregado de arcar com os honorários dos advogados da editora, o que não foi feito.
Procurado pelo Estadão, Ciro Gomes não se manifestou. Já o PDT, atual partido do ex-governador, declarou total apoio a Ciro e considerou a decisão da Justiça “uma clara violação dos direitos civis e uma afronta ao Estado direito”. A legenda afirma que se reunirá com os advogados do ex-governador para tentar reverter a medida.
Para o PSDB, o ex-governador ainda é visto como alguém que “acredita na política para transformar a sociedade”. Por isso, alega a legenda de Tasso Jereissati, ex-governador do Ceará que antecedeu o pedetista, “é injusto vê-lo ser alvo de tamanha arbitrariedade”. “Reiteramos nossa solidariedade ao ex-ministro e sua família, neste momento de grande injustiça”, completam os tucanos.
No ano passado, o ex-ministro aproveitou uma convenção tucana para tecer críticas ao irmão dele, o senador Cid Gomes (PSB-CE), e também afirmar que o Estado cearense “precisa do PSDB”. A declaração se deu após o fim da aliança de 16 anos entre o PDT e o PT na região, resultado do racha entre os irmãos Ferreira Gomes.
As divergências entre Cid e Ciro começaram na campanha eleitoral de 2022, quando o ex-governador concorreu à Presidência da República e o irmão decidiu apoiar a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de um nome do PDT alinhado aos petistas para o governo do Ceará.
A divisão se aprofundou e resultou no impasse sobre a liderança do diretório estadual do partido e, posteriormente, na saída de Cid do PDT em 2023. Agora, o senador está filiado ao PSB, partido do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.