10/02/2016 - 19:02
O Paris Saint-Germain acionou a justiça para recuperar a marca “Ici c’est Paris”, nascida de um canto de uma torcida organizada, que, por sua vez, processa o clube por falsificação, anunciaram nesta quarta-feira fontes concordantes.
O grupo de torcedores organizados Supras Auteuil, que não existe mais, havia registrado em 2008 a marca, baseada no canto emblemático da torcida do clube parisiense “Ici c’est Paris” (‘aqui é Paris’, em francês). A marca, porém, não era explorada.
O PSG propôs então ao grupo a compra da marca por 2.000 euros, mas as negociações não deram frutos e o clube entrou em dezembro na justiça para ganhar o direito de exploração comercial.
O objetivo do Supras Auteil ao registrar o canto em 2008 era “fazer com que a marca não pudesse ser monopolizada”, segundo o advogado da associação de torcedores, Jean Aittouares.
Mas, levando em consideração que “desde pelo menos 2010” o PSG utiliza regularmente a frase “Ici c’est Paris” em produtos que comercializa, a associação abriu processo contra o clube por falsificação.
“O que me é chocante é que o clube erradicou seus torcedores para ter apenas meros espectadores no estádio” e agora quer “tirar deles seu patrimônio”, acusou à AFP Aittouares, que lamentou o fato da famosa frase aparecer “em camisetas de 50 euros”.
“O ‘Ici c’est Paris’ só é relevante porque tem uma história, uma história que é nossa”, concordou Christophe Uldry, porta-voz do grupo de torcedores, afirmando que está “de saco cheio” com “um clube que nos rejeita” e que quer se apropriar da frase de maneira exclusiva.
“É uma questão de princípios”, completou, afirmando que, caso vença o processo na justiça, qualquer quantia recebida deve ser entregue a uma associação caritativa.
Segundo Uldry, que reivindica ter sido o primeiro a entoar o “Ici c’est Paris”, o grito nasceu em 2001 no setor da arquibancada chamado de Auteil, antes de “se tornar um marco importante para o público parisiense”.
O PSG não respondeu aos contatos da AFP nesta quarta-feira.