Um dia após o Comitê de Apelações da Fifa rejeitar o recurso contra a  sua suspensão, decidindo apenas reduzir a sua pena de oito para seis  anos, o francês Michel Platini declarou, em entrevista ao diário  esportivo francês L’Equipe, que “burocratas não eleitos” assumiram o  controle da entidade e fizeram de tudo para que ele fosse afastado.

“Burocratas  não eleitos tomaram o poder na Fifa. São eles que fizeram de tudo para  me demitir. Hoje, temos de saber o que queremos da Fifa. Queremos uma  Fifa que pertence aos eleitos ou liderada por burocratas? Este é o  desafio dos próximos anos”, afirmou o ex-jogador francês em trecho de  entrevista que terá a sua íntegra publicada pelo L’Equipe nesta  sexta-feira.

Platini vai recorrer da sua punição na Corte  Arbitral do Esporte. O francês era considerado o favorito para a eleição  presidencial da Fifa, marcada para esta sexta-feira, mas teve que se  afastar da disputa após ser suspenso provisoriamente e, posteriormente,  punido pelo comitê de ética da entidade.

Nesta quinta, o  chefe da comissão que decidiu sobre a redução das punições de Platini e  também de Joseph Blatter se recusou a responder perguntas sobre a  decisão. “Eu não vou falar sobre isso”, afirmou Larry Mussenden, o  presidente da Associação de Futebol de Bermuda.

Ao punir  Platini, o Comitê de Ética da Fifa o considerou Platini culpado de  aceitar presentes, conflitos de interesse, deslealdade e não-cumprimento  de regras de conduta em investigação sobre o pagamento de US$ 2 milhões  (R$ 8 milhões) da Fifa, com o aval de Blatter, para Platini.

Os  juízes da comissão disseram que não era convincente o argumento dos  advogados de Platini de que um contrato verbal lhe conferia o direito a  receber um  salário em 2011 pelo trabalho realizado como conselheiro  presidencial de Blatter entre  1999 e 2002.